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Estado de Minas ASTRONOMIA

Em 2030 poderemos passar por uma 'mini era do gelo'

Pesquisadores descobriram que daqui a 15 anos o Sol perderá cerca de 60% de sua atividade, como parte de um ciclo gerado por ondas magnéticas em seu interior


postado em 29/07/2015 12:03

Segundo Valentina Zharkova, atividade solar passa por ciclos, e o próximo será entre 2030 e 2040, o que vai gerar uma 'mini era do gelo'(foto: Nasa/Divulgação)
Segundo Valentina Zharkova, atividade solar passa por ciclos, e o próximo será entre 2030 e 2040, o que vai gerar uma 'mini era do gelo' (foto: Nasa/Divulgação)
Análises recentes da atividade solar foram capazes de prever, sem margem de erro, que irregularidades poderão ser vistas no conhecido ciclo de 11 anos de "pulsação" do Sol. Segundo a previsão dos cientistas, o novo modelo sugere que haverá uma perda de 60% da atividade solar entre 2030 e 2040, gerando uma condição vista, pela última vez, na "mini era do gelo" de 1645. A responsável pelos estudos é a professora Valentina Zharkova, do departamento de Matemática e Informações Científicas da Northumbria University, no Reino Unido.

Já são 172 anos desde que os cientistas descobriram que as atividades do Sol variam num ciclo que dura de 10 a 12 anos. Mas, nenhum modelo, até hoje, havia conseguido explicar como essas flutuações atuam na atividade solar. "Nós encontramos duas ondas magnéticas que se originam de duas camadas diferentes dentro do Sol. Elas possuem uma frequência de alteração da atividade solar de cerca de 11 anos. Analisando essas ondas em comparação com a data do último ciclo solar, pudemos chegar a uma previsão com 97% de acerto", diz a pesquisadora Valentina Zharkova.

Levando em conta os próximos ciclos do Sol, o novo modelo prevê que as duas ondas magnéticas estão no ciclo 25, em equilíbrio constante, chegando ao ápice em 2022. Porém, quando alcançarem o próximo ciclo, de número 26, entre 2030 e 2040, as duas ondas estarão fora de sincronia, o que vai reduzir a atividade solar.

"No ciclo 26, as duas ondas estarão espelhadas. A interação entre elas será disruptiva, chegando quase a se anularem. Nossa previsão é que isso irá gerar as características vistas no 'mínimo de Maunder'", explica Zharkova.

A última vez em que foi observado o "mínimo de Maunder" (o nome é uma homenagem ao astrônomo E. W. Maunder, que estudou a superfície do Sol por 30 anos], ou seja, quando as manchas da superfície do Sol praticamente desapareceram, representando uma redução da atividade solar, e gerando a "mini era do gelo", foi há 370 anos.

(com Royal Astronomical Society de Londres)

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