Publicidade

Estado de Minas BEM-ESTAR

Medicamento fitoterápico mineiro pode ajudar no tratamento do diabetes

Produto desenvolvido por pesquisadores da UFJF foi capaz de diminuir em 70% a glicemia nos testes laboratoriais


postado em 11/04/2016 14:11

A pesquisadora Elita Scio Fontes, da UFJF, é a responsável pela pesquisa que usou medicamento à base de emboaba para a redução da glicemia em ratos diabéticos(foto: UFJF/Agência Minas/Divulgação)
A pesquisadora Elita Scio Fontes, da UFJF, é a responsável pela pesquisa que usou medicamento à base de emboaba para a redução da glicemia em ratos diabéticos (foto: UFJF/Agência Minas/Divulgação)
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, existem 371 milhões de diabéticos em todo o mundo. Desses, 13,4 milhões estão no Brasil. Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) poderá auxiliar no tratamento de pacientes diabéticos que lidam com o desafio de controlar a glicemia no sangue.

A partir da árvore denominada embaúba, ou Cecropia pachystachya, foi desenvolvido o Glico-CP, um fitoterápico hipoglicemiante capaz de diminuir em 70% a glicemia dos animais testados em laboratório, que receberam apenas uma dose diária, ao contrário dos medicamentos antidiabéticos que reduzem a glicemia em 50%, com duas doses.

Os estudos pré-clínicos coordenados pela pesquisadora Elita Scio Fontes, da UFJF, há 10 anos, apontam que a utilização do fitoterápico apresentou maior eficácia ao tratamento de ratos diabéticos. "Os testes realizados em ratos diabéticos tratados com Glico-CP mostraram uma redução significativa da glicemia, o que motivou a continuação do trabalho", conta a cientista. A administração do medicamento nos animais foi feita pela via oral.

Outra vantagem levada em consideração pela pesquisadora foi que, além de reduzir a glicemia nos animais com a doença, o fitoterápico potencializa o sistema antioxidante, sem causar nenhum dano ao fígado ou aos rins. Além disso, foi observado o aumento do HDL, conhecido como "colesterol bom".

"A formulação apresentou uma atividade antioxidante importante e nós observamos que, mesmo após interromper o tratamento por seis meses, a glicemia ainda permaneceu em níveis normais", acrescenta Elita Fontes. O fitoterápico é eficiente e barato de ser desenvolvido. "A embaúba é uma planta fácil de ser cultivada e a produção não depende de uma tecnologia sofisticada", defende a pesquisadora da UFJF.

A embaúba faz parte da Mata Atlântica e pode chegar a 15 m de altura. É um tipo de árvore leve que se adapta facilmente a diversos tipos de solo.

Próximos passos

O processo para que o fitoterápico chegue às farmácias e aos hospitais ainda é longo. Isso porque, além da patente do produto, ele precisa ser submetido ao Conselho de Ética em Pesquisa Humana da Universidade Federal de Juiz de Fora.  Somente com a aprovação do conselho, o Glico-CP poderá ser testado e monitorado em pessoas saudáveis e pacientes diabéticos.

As próximas etapas incluem o processo de reunir parcerias com os hospitais para que o produto seja testado. Assim, ele poderá atrair indústrias de fitoterápicos e de desenvolvimento de novos medicamentos. "Como se trata de uma tecnologia de alto potencial de demanda, a formulação fitoterápica deve ser licenciada para empresa farmacêutica e laboratório. Em breve, me dedicarei a promover essas parcerias", diz Elita Fontes.

(com Agência Minas)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade