Confira, abaixo, o vídeo com o boato:
Para acabar com essa polêmica das redes sociais e que gerou dúvidas em muitas mulheres, o portal EBC conversou com o médico Arn Migowski, epidemiologista do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ele explica que a mamografia é um exame muito seguro, que não deve ser banalizada, sob o risco de favorecer o desenvolvimento de um câncer na mama. O médico também diz que o exame não aumenta o risco de câncer na tireoide.
"Isso é um mito. A dose de radiação que atinge a glândula tireoide durante a realização da mamografia é desprezível. A radiação da mamografia, apesar de muito baixa, deve ser controlada e monitorada e deve-se evitar o excesso desnecessário de mamografias de rotina, como ocorre em mulheres saudáveis que começam a ser rastreadas anualmente aos 40 anos ou antes, pois pode aumentar um pouco o risco de desenvolvimento do câncer de mama", explica Migowski.
O especialista esclarece que o número de casos de câncer na tireóide aumentou porque mais pessoas estão realizando diagnósticos da doença. "A principal causa é a prática de realizar 'check-up', ou seja, exames de rotina em pessoas assintomáticas. Dessa forma são descobertos cânceres que nunca dariam sintomas nem muito menos ameaçariam a vida da pessoa. Isso se chama sobrediagnóstico. Esse excesso de casos de câncer é geralmente tratado com cirurgia para retirada total ou parcial da tireoide", afirma o médico.
Como mostra Arn Migowski, nas últimas duas décadas, a disseminação do "check-up" com ultrassonografia de tireoide e punção por agulha não diminuiu a mortalidade por câncer de tireoide, mas aumentou em 15 vezes o número de casos diagnosticados na Coreia do Sul e dobrou esse número em países como Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Austrália, China, Croácia, República Tcheca e Israel.
Já em relação à informação divulgada no boato de que os profissionais de saúde não oferecem proteção para a tireoide durante a mamografia, o epidemiologista do Inca é direto: "Por não ser necessário". Segundo o médico, o uso do protetor de chumbo, neste caso, pode prejudicar o resultado da mamografia, gerando sobreposição ou dificultando o posicionamento. "Isso pode gerar a necessidade de novas mamografias e isso sim aumenta desnecessariamente a dose de radiação para a mama", diz Migowski.
(com Portal EBC)