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Estado de Minas SAÚDE

Ácido fólico ajuda a evitar a 'ativação' dos genes que causam doenças cardiovasculares e diabetes

Por isso, as grávidas devem manter uma alimentação rica em ácido fólico


postado em 06/03/2017 11:11

O aspargo é um dos vegetais ricos em ácido fólico, ou vitamina B9, que é capaz de impedir a ação dos genes que causam problemas cardiovasculares e até diabetes tipo 2(foto: Pixabay)
O aspargo é um dos vegetais ricos em ácido fólico, ou vitamina B9, que é capaz de impedir a ação dos genes que causam problemas cardiovasculares e até diabetes tipo 2 (foto: Pixabay)
Como se sabe, as gestantes devem se atentar a uma alimentação rica em ácido fólico para prevenir anencefalia (ausência de parte do cérebro) e diferentes graus de deficiência mental no futuro bebê. Mas, de que maneira essa vitamina atua sobre o DNA e define o funcionamento dos genes do feto? Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP estudaram a ação do ácido fólico em genes ligados a doenças cardiovasculares e ao diabetes tipo 2. O resultado mostra que mudanças no fornecimento da vitamina para cobaias gestantes e lactantes interferiu na formação genética dos filhotes em relação a essas doenças.

Os cientistas da USP analisaram o material genético de das crias cujas mães receberam diferentes concentrações de ácido fólico durante a gestação e a lactação. E verificaram que os filhotes gerados com uma dieta deficiente da vitamina (B9) apresentaram maior desenvolvimento de genes envolvidos com problemas cardíacos e diabetes, enquanto a prole de mães que receberam quantidade ideal de suplemento à base de ácido fólico, ao contrário, apresentaram pouca expressão desses genes.

O resultado, segundo a geneticista Paula Lumy Takeuchi, responsável pelo estudo, revela mecanismos moleculares envolvidos no que a pesquisadora chama de "reprogramação" dos genes ligados a doenças cardiovasculares e ao diabetes mellitus tipo 2. E, também, mostram a importância do "fornecimento adequado de ácido fólico às mães durante o desenvolvimento embrionário".

Paula adianta que essa "reprogramação genética" corresponde às mudanças observadas nas expressões dos genes estudados. O ácido fólico, vitamina retirada de alimentos, participa em importantes etapas da ativação de genes que compõem o DNA. A alteração da quantidade desse nutriente fornecida pela alimentação das mães modificou o ciclo da metionina, principal aminoácido que atua no processo genético e na síntese de proteínas. Este é um dos mecanismos pelo qual os genes são "ligados e desligados" – o que vale dizer que eles podem estar ativos ou inativos no organismo.

A recomendação do Conselho Federal de Medicina é de que as mulheres usem o ácido fólico (presente em folhas verdes escuras, brócolis, aspargos, feijão, abacate etc.) antes da concepção e nos três primeiros meses de gravidez. A ingestão diária de 400 microgramas dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto, o que previne casos de anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal nos bebês. Além de inibir diferentes graus de deficiência mental e de dificuldades de aprendizagem escolar.

(com Jornal da USP)

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