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Estado de Minas SAÚDE

Catarata atinge mais as mulheres, sabia?

Segundo estudo do IBGE, esse problema nos olhos é 29% mais presente no público feminino


postado em 23/03/2017 12:50

Segundo oftalmologista, a diferença hormonal nas mulheres pode levar ao aparecimento da catarata, problema que afeta o cristalino(foto: Pixabay)
Segundo oftalmologista, a diferença hormonal nas mulheres pode levar ao aparecimento da catarata, problema que afeta o cristalino (foto: Pixabay)
A última Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE revelou que a prevalência da catarata é 29% maior entre as brasileiras. A doença ocular atinge 31,9% das mulheres contra 24,6% dos homens com 60 anos ou mais. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em São Paulo, uma das explicações para a diferença são os picos de estrógenos do ciclo menstrual. Isso porque, quando o nível do hormônio está elevado, o cristalino absorve mais água e, à medida que o estrógeno volta ao normal, o cristalino desidrata. A repetição deste processo, ao longo da vida reprodutiva, estimula a opacificação do cristalino, caracterizando a catarata.

O especialista afirma que, geralmente, a doença aparece após os 60 anos. Por causa da terapia de reposição hormonal, utilizada por muitas mulheres após a menopausa, entre 45 e 50 anos, há o aumento na produção da proteína C-reativa, que também está associada  à opacificação do cristalino.

A boa notícia é que a cirurgia, único tratamento efetivo que substitui o cristalino do olho por uma lente intraocular, pode eliminar a dependência dos óculos de grau que são rejeitados por uma em cada três brasileiras.

Efeito na lágrima

Leôncio Queiroz Neto resalta que outro efeito dos hormônios femininos sobre a saúde ocular é a síndrome do olho seco. Segundo ele, trata-se de uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima, que tem a função de proteger e nutrir a córnea, lente externa do olho que trabalha junto com o cristalino para fazer o foco das imagens na retina.

Os sintomas da síndrome do olho seco são: olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, ardência, coceira e visão borrada. O oftalmologista esclarece que o tratamento pode ser feito com colírio de lágrima artificial. Em casos mais severos, o médico recomenda o uso de cápsulas de semente de linhaça. Isso porque ela contém ômega-3, essencial para manter a camada lipídica da lágrima, evitando a evaporação. "Incluir sardinha, salmão ou bacalhau na dieta também ajuda a manter o filme lacrimal em equilíbrio", afirma o médico.

O oftalmologista ressalta que outros fatores de risco para o maior desenvolvimento da catarata nas mulheres são a maior exposição dos olhos à radiação UV, o estresse da dupla jornada de trabalho e a maior prevalência do diabetes entre elas.

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