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Estado de Minas MERCADO

De 302 amostras de carnes e embutidos, 39 apresentaram problemas, segundo o Ministério da Agricultura

Oito produtos tinham a presença de bactérias e 31 estavam com 'maquiagem', como excesso de gelo e conservantes


postado em 06/04/2017 15:02

Segundo investigação do Ministério da Agricultura, das 302 amostras de carnes e embutidos analisadas após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, 39 delas apresentaram problemas(foto: Pixabay)
Segundo investigação do Ministério da Agricultura, das 302 amostras de carnes e embutidos analisadas após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, 39 delas apresentaram problemas (foto: Pixabay)
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou nesta quinta, dia 6 de abril, que 39 amostras de produtos de 21 frigoríficos investigados na operação Carne Fraca apresentaram problemas de ordem econômica ou de saúde pública. A força-tarefa do ministério analisou 302 amostras de diferentes lotes e marcas, em uma auditoria independente da investigação da Polícia Federal.

Do total de amostras analisadas, oito apresentaram problemas de saúde pública. Sete laudos de análises de hambúrgueres, vindos de três lotes diferentes da marca Novilho Nobre, do frigorífico Transmeat, continham a bactéria salmonella. Já na linguiça cozida do frigorífico FrigoSantos, de Campo Magro (PR), foi encontrada presença da bactéria Staphylococcus coagulase positiva.

Todos os produtos que apresentaram problemas de saúde pública serão descartados, segundo o secretário executivo do ministério, Eumar Novacki, pois não servem para nenhum tipo de subproduto. A presença dessas bactérias pode causar problemas como diarreia e vômito.

Além disso, 31 amostras apresentaram erros de ordem econômica, como não observância de critérios técnicos ou fraude dolosa, mas que não colocam em risco a saúde dos consumidores, segundo Novacki.

Entre as amostras estavam lotes de embutidos que continham excesso de amido e ácido sórbico, conservante proibido em linguiças e salsichas, produzidas pelos frigoríficos Souza Ramos, de Colombo (PR), e Peccin. Já nos produtos dos frigoríficos BRF, de Mineiros (GO), e Frango DM, de Arapongas (PR), foi encontrado excesso de água no frango. Segundo Novacki, todos os produtos já foram recolhidos e as unidades estão passando por inspeções técnicas.

A lista dos frigoríficos auditados será disponibilizada no site do Ministério da Agricultura. O secretário-executivo explicou que os consumidores devem ficar atentos ao número do Serviço de Inspeção Federal (SIF) dos produtos, que é a melhor forma de identificar as marcas que apresentaram problema.

Segundo Novacki, o ministério já iniciou os procedimentos para cancelamento do SIF dos frigoríficos: Peccin (SIF 825), de Jaraguá do Sul (SC); Peccin (SIF 2155), de Curitiba (PR); e Central de Carnes (SIF 3796), de Colombo (PR). Todas essas unidades já estão interditadas e outros frigoríficos podem ter o registro cassado à medida que as investigações avancem. "Todos, pequenos, médios ou grandes, terão que pagar pelos erros detectados e o ministério vai agir de modo muito duro", comenta Eumar Novacki.

Exportações

A Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foi deflagrada no dia 17 de março para apurar suspeitas de irregularidades na produção de carne processada e derivados, bem como na fiscalização do setor. Dias depois, o Ministério da Agricultura anunciou a suspensão da licença de exportação das 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação.

Hoje, Novacki informou que três desses frigoríficos já foram liberados para exportação, pois não apresentaram irregularidades: Breyer & Cia, de União da Vitória (PR); Argus, de São José dos Pinhais (PR); e Madero, de Ponta Grossa (PR). O restante continua com restrições nas exportações.

(com Agência Brasil)

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