Na avaliação de João Ricardo Albanez, superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Seapa, o mais provável é que os efeitos da operação tenham impacto sobre os preços e não sobre o volume exportado. "O Brasil é um player importante entre os principais países exportadores, respondendo 17% da carne bovina, 10,9% da carne suína e 38,6% da carne de frango. Os países importadores não podem abrir mão da produção brasileira, mas como o preço de todas as carnes vinha numa tendência de crescimento, o mercado pode tentar influir nos valores negociados", avalia o especialista.
Assim como a carne, os números gerais do agronegócio mineiro apresentaram bom desempenho de janeiro a março deste ano. O setor contribuiu com 27,9% da pauta mineira de exportações no primeiro trimestre, totalizando US$ 1,9 bilhão (quase R$ 6 bilhões) e crescimento de 16,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, segundo a Seapa.
De acordo com Albanez, os números sinalizam resultados promissores para as exportações mineiras. "Como houve declínio de 4% em relação ao volume exportado, os dados estão demonstrando uma valorização dos preços dos produtos agrícolas no mercado externo", explica o superintendente.
O principal produto da pauta de exportações do agronegócio continua sendo o café, que representou, no primeiro trimestre, 51,6% do total exportado pelo segmento. O valor alcançado com a comercialização foi de US$ 965,8 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), indicando aumento de 17% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
Os principais países importadores do agronegócio mineiro, no primeiro trimestre, foram China (15,4%), Estados Unidos (11,5%), Alemanha (11,5%), Itália (6,8%) e Japão (5,7%).
Exportações do Agronegócio (1º Trimestre 2017):
- Café: US$ 965,8 milhões (51,6% do agronegócio mineiro)
- Carnes: US$ 241,7 milhões (12,9%)
- Complexo sucroalcooleiro: US$ 190,7 milhões (10,2%)
- Complexo da soja: US$ 220,8 milhões (11,8%)
- Produtos florestais: US$ 141,7 milhões (7,6%)
(com Agência Minas)