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Estado de Minas BEM-ESTAR

Afinal, é preciso trocar o implante de silicone a cada 10 anos?

Especialista fala sobre esse mito ligado à mamoplastia


postado em 20/07/2017 14:21

Como mostra o especialista, não existe prazo de validade para o implante de silicone, ainda mais os que vêm sendo usados atualmente(foto: Breastimplantinfo.org/Reprodução)
Como mostra o especialista, não existe prazo de validade para o implante de silicone, ainda mais os que vêm sendo usados atualmente (foto: Breastimplantinfo.org/Reprodução)
Se você perguntar para uma paciente que fez implante de prótese de silicone nos seios qual o "prazo de validade" do material, pode ser que a resposta seja 10 anos. Mas, por que quem fez mamoplastia de aumento usa esse número? Tudo indica que a suposta necessidade de substituir os implantes mamários, a cada 10 anos, seja baseada em dados que foram erroneamente interpretados.

"Em 2011, a Food and Drug Administration [FDA, espécie de Anvisa dos EUA] divulgou um relatório sobre a segurança dos implantes mamários de silicone. Em vez de ler o relatório completo de 63 páginas, destacamos o principal: após 10 anos de um aumento inicial de mamas, um em cada cinco pacientes precisa de algum tipo de procedimento de revisão. Isso significa que 20% das pacientes precisam de outra operação devido ao excesso de cicatrizes nas mamas [contratura capsular] ou à ruptura do implante. Isso também significa que 80% das pacientes estão muito bem, 10 anos após a cirurgia", afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada de São Paulo.

Segundo o especialista, se a paciente está tendo um problema, a alternativa pode ser mesmo a troca dos implantes. ,"Mas antes disso, é preciso um monitoramento adequado, com autoexame e consulta médica. Não existe a necessidade real de necessariamente substituir os implantes a cada 10 anos", esclarece o cirurgião plástico.

Além disso, o médico lembra que o estudo da FDA foi divulgado em 2011. Desde esse ano, existem implantes de silicone mais moderno no mercado. Eles são mais resistentes do que os analisados há seis anos. Da mesma forma, daqui a 10 anos, após uma atualização científica, os implantes mais novos poderão apontar para uma necessidade menos frequente de revisão do procedimento.

"Os números mencionados como referência para o aumento mamário cosmético não se aplicam às pacientes que fizeram uma reconstrução das mamas após o câncer. Devido à radiação e ao fato de que a pele da mama ficar mais fina, após a mastectomia, os implantes para a reconstrução das mamas tendem a ter uma percentagem mais elevada de problemas, que exigem a 'troca' a cada 10 anos", comenta Ruben Penteado.

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