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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte protege o faveiro-de-wilson

Árvore típica da região central de Minas Gerais está em risco de extinção


postado em 26/07/2017 13:00

Sabia que o faveiro-de-wilson é uma árvore endêmica da região central de Minas Gerais que corre sério risco de extinção? Seu corte é proibido por lei no estado(foto: Flickr/PBH/Fundação Zoo-Botânica/Reprodução)
Sabia que o faveiro-de-wilson é uma árvore endêmica da região central de Minas Gerais que corre sério risco de extinção? Seu corte é proibido por lei no estado (foto: Flickr/PBH/Fundação Zoo-Botânica/Reprodução)
Ao realizar em 2002 um trabalho de campo para levantamento florístico da cidade de Paraopeba, na região central de Minas Gerais, a bióloga Juliana Ordones, da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH), teve contato pela primeira vez com o faveiro-de-wilson, uma espécie vegetal rara e pouco estudada. Foi o primeiro passo para o desenvolvimento de um programa de conservação desta espécie, que é considerada criticamente ameaçada de extinção por todas as listas vermelhas oficiais do estado, do Brasil e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

O faveiro-de-wilson é endêmico da região central de Minas, ocorrendo na transição do cerrado para a Mata Atlântica, não existindo em nenhum outro lugar do mundo. Após mais de 10 anos de busca, com a ajuda das comunidades, foram encontradas pouco mais de 300 árvores adultas na natureza em algumas propriedades nos municípios de Paraopeba, Caetanópolis, Sete Lagoas, Matozinhos, Jaboticatubas, Lagoa Santa, Esmeraldas, Florestal, Juatuba, Mateus Leme, São José da Varginha, Fortuna de Minas, Pequi, Maravilhas, Inhaúmas, Nova Serrana, Onça do Pitangui e Perdigão.

Agora, depois de mais de uma década de trabalho da FZB-BH em conjunto com outras instituições públicas e privadas, o faveiro-de-wilson já possui um plano de ação nacional e boas perspectivas de sobrevivência. "Desde 2003, estamos trabalhando com vários aspectos de estudo, como prospecção e modelagem espacial, aspectos fisiológicos, como nutrição e germinação, biologia reprodutiva, produção de mudas e reintrodução, dinâmica populacional. Vários outros parceiros trabalham com outros aspectos, como genética pela UFMG. O trabalho mais satisfatório foi a elaboração do plano de ação em parceria com o Centro Nacional de Conservação da Flora", comenta Juliana Ordones.

De acordo com Fernando Fernandes, engenheiro florestal da FZB-BH e coordenador do programa de conservação do faveiro-de-wilson no Jardim Botânico de BH, dentro desse plano de ação nacional estão previstas atividades que envolvem conscientização ambiental, políticas públicas, integração entre as instituições, pesquisas e preservação da espécie e do seu habitat. Como exemplo, ele destaca ações de monitoramento da espécie na natureza, coleta de sementes e reintrodução da espécie nos municípios onde ela ocorre.

Decreto

O faveiro-de-wilson chegou próximo à extinção devido à destruição das matas da região central de Minas nos últimos 60 anos. A maioria dos indivíduos encontrados estava isolada no meio de pastagens, onde tem grande dificuldade de se reproduzir. A espécie pode ser encontrada também em capoeiras e matas, tanto nas baixadas quanto nas encostas e topos de morro.

Por ser considerada uma árvore rara e estar ameaçada de extinção, o faveiro-de-wilson não pode ser cortado e é legalmente protegido pelo Decreto Lei nº 43904 de 2004.

(com portal da PBH)

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