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Estado de Minas SAÚDE

Comer peixe cru pode causar infecção por vermes?

Um assunto está circulando nas redes sociais e diz respeito a uma espécie de verme conhecida como 'tênia dos peixes', que pode chegar a 10 m de comprimento quando se instala no intestino humano


postado em 25/08/2015 18:34

O sashimi é um dos pratos japoneses mais consumidos no Brasil, e o tipo mais comum é feito com fatias de peixe cru. Sabia que o salmão pode conter ovos de uma espécie de verme?(foto: Pixabay)
O sashimi é um dos pratos japoneses mais consumidos no Brasil, e o tipo mais comum é feito com fatias de peixe cru. Sabia que o salmão pode conter ovos de uma espécie de verme? (foto: Pixabay)
A culinária japonesa "invadiu" a mesa dos brasileiros e já se tornou o cardápio preferido de muita gente. Porém, para surpresa de alguns, diversas parasitoses podem ser transmitidas pela ingestão da carne de peixe. Por isso, é importante consumir alimentos inspecionados, que sejam processados e vendidos em locais com boas condições de higiene, para que um delicioso sashimi não se transforme em um verdadeiro pesadelo.

Uma verminose que pode ser transmitida ao se comer esse tipo de carne crua é a difilobotríase, que é uma infecção causada pelo parasita conhecido popularmente como "tênia dos peixes" (Diphyllobothrium latum). O verme pode atingir até 10 m de comprimento no intestino delgado do homem. A doença, geralmente, é assintomática, com indícios pouco específicos, como náuseas, vômitos, diarreias e dores abdominais. Normalmente, o verme é mais encontrado em salmões, mas também pode contaminar outros peixes crus, mal cozidos ou defumados em temperaturas inadequadas.

Segundo estudo do Centro de Vigilância Epidemológica, 100% dos pacientes infectados tinham costume de consumir de peixe cru, sendo que 48,5% comiam salmão e outros tipos de pescado, e 51,5% ingeriam apenas salmão.

A chamada difilobotríase, ou 'tênia' dos peixes, costuma afetar o intestino delgado dos humanos, e o verme pode chegar a 10 m de comprimento(foto: Idimages.org/Reprodução)
A chamada difilobotríase, ou 'tênia' dos peixes, costuma afetar o intestino delgado dos humanos, e o verme pode chegar a 10 m de comprimento (foto: Idimages.org/Reprodução)


Outra parasitose conhecida dos peixes é a anisaquíase, frequentemente encontrada em animais marinhos. Entretanto, algumas espécies também podem ser encontradas em peixes de água doce, inclusive no Brasil, podendo infectar o homem e comprometer o funcionamento do intestino delgado.

O congelamento do pescado mata as larvas e garante a segurança do consumo da carne crua, além disso, a larva é visível ao olho humano, podendo ser identificada e retirada com uma inspeção mais rigorosa durante o manuseio do peixe.

Sob controle

De acordo com a veterinária Lilian Teixeira, professora de Inspeção e Tecnologia de Pescado da UFMG, a incidência dessas parasitoses, por aqui, é baixa. Os pescados que chegam ao Brasil passam por uma inspeção antes de serem comercializados. "Não é um problema alarmante, porque normalmente os peixes são congelados. O segredo, como qualquer produto de origem animal, é tomar cuidado com o processamento, a higiene e a inspeção", destaca a especialista.

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