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Estado de Minas SAÚDE

Jabuticaba pode ajudar a combater a obesidade, diz pesquisa feita na USP

Compostos presentes na fruta auxiliam na redução do peso e no combate à obesidade


postado em 29/03/2017 12:10

A jabuticaba possui uma substância chamada composto fenólico do tipo elagitanino, que tem capacidade de prevenir a obesidade(foto: Pixabay)
A jabuticaba possui uma substância chamada composto fenólico do tipo elagitanino, que tem capacidade de prevenir a obesidade (foto: Pixabay)
Além de ser deliciosa, a jabuticaba, fruta nativa da Mata Atlântica brasileira, tem demonstrado ser uma aliada das pessoas que sofrem com excesso de peso. Substâncias presentes principalmente nas sementes da jabuticaba (compostos fenólicos do tipo elagitaninos) possuem ação anti-inflamatória e auxiliam na prevenção da obesidade. Essa foi a conclusão de uma pesquisa feita no Laboratório de Compostos Bioativos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

Atualmente, o Brasil, a exemplo de outros países, vivencia uma epidemia de obesidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de casos no mundo duplicou entre 1980 e 2014. Neste período, o número de adultos com sobrepeso já ultrapassava a marca de 1,9 bilhão e o de crianças, menores de cinco anos, chegava a 42 milhões. Assim, estudos que contribuam para reverter esse quadro são sempre bem-vindos, afirma a nutricionista Gabriela Cunha, responsável pela pesquisa da USP.

Os compostos fenólicos são substâncias encontradas em alimentos de origem vegetal e sempre estiveram relacionados ao benefício da saúde. Dentre as principais fontes dessa substância estão os chás verde e preto, o cacau, o vinho e frutas como a jabuticaba. As propriedades mais conhecidas desses compostos são o seu grande potencial anti-inflamatório e a ação antioxidante.

Embora outros estudos já tenham comprovado a eficácia da jabuticaba para a saúde humana, o trabalho da nutricionista foi focado na semente da fruta, que demonstrou ter altas concentrações de compostos fenólicos do tipo elagitaninos. A partir deste ponto, Gabriela Cunha procurou avaliar a influência dessas substâncias na prevenção da síndrome metabólica: a obesidade associada ao diabetes tipo 2 e ao aumento do colesterol sanguíneo.

Para simular um quadro mais próximo da realidade de pessoas com excesso de peso e que sofrem com o comprometimento de sua saúde, a pesquisadora reproduziu, em laboratório, uma dieta semelhante à adotada pela população em geral. Durante oito semanas, 60 camundongos foram induzidos a consumir uma dieta com alto teor de gorduras saturadas e sacarose. Dois grupos tiveram a dieta complementada com compostos fenólicos totais da jabuticaba, sendo um deles com doses diárias de todos os compostos presentes na fruta, enquanto o outro grupo recebeu quase todos, exceto os elagitaninos da semente. Um grupo seguia dieta balanceada e o quarto, apenas dieta rica em gorduras e açúcares, sem os compostos.

Ao final do período experimental, o grupo de animais que recebeu todos os compostos fenólicos da jabuticaba, ao mesmo tempo em que consumia gorduras e açúcares, manteve o quadro de saúde semelhante ao de animais magros, que consumiram dieta saudável durante o mesmo período. Já os animais que receberam os polifenois, sem os elagitaninos, associado ao consumo de gorduras e açúcares, tiveram a saúde tão comprometida quanto o quarto grupo. Na opinião da pesquisadora, o principal resultado de seu trabalho "foi a confirmação de que os elagitaninos têm papel crucial na prevenção da obesidade".

(com Jornal da USP)

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