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Estado de Minas CIêNCIA

Pesquisadores portugueses alteram código genético de um fungo


postado em 25/06/2013 16:09 / atualizado em 25/06/2013 18:13

Pesquisadores da Universidade de Aveiro conseguiram alterar o código genético do fungo Candida albicans. O trabalho é inédito na história da ciência. O conhecimento de biologia acumulado nos diversos países até então assegurava que o código genético era imutável. "A comunidade científica internacional entendia que isso não era possível", diz o coordenador da pesquisa, Manuel Santos, professor do departamento de biologia da universidade e pesquisador do centro de estudos do ambiente e do mar.

Ele explica que a investigação científica pode ter como desdobramento a compreensão sobre microrganismos que afetam a saúde humana e se tornam tolerantes a medicamentos. A pesquisa abre ainda a possibilidade de criar novas proteínas de aplicações múltiplas. "A investigação abre nova expectativa de produzir proteínas novas, com interesse para a biologia e biotecnologia, e é também uma porta para entender a resistência", disse Santos.

Conforme nota divulgada pela Universidade de Aveiro, o fungo Candida albicans é o quarto microrganismo patogênico mais comum nas causas de infeções. Os cientistas também esperam conseguir manipular o código genético de outros seres vivos para produzir microrganismos de interesse da biomedicina.

O código genético é um conjunto de regras químicas que as células utilizam para traduzir em uma proteína as informações contidas nos seus genes. "Isso é diferente do genoma", chama a atenção o pesquisador. "O genoma funciona como um disco rígido de computador, é um repositório de informações. O código genético é como o software utilizado para acessar as informações", explica.

Manuel Santos faz pesquisas na área desde 1989 e atualmente coordena uma equipe de 12 cientistas (farmacêuticos, biólogos e bioquímicos). Entre eles estão os dois alunos de doutorado Ana Rita Bezerra e João Simões, responsáveis pela mudança do código genético, que assinam artigo sobre a pesquisa na revista da academia norte americana de ciências Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Os estudos do grupo são financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo projeto europeu Sybaris. No segundo semestre, a equipe de Santos receberá uma estudante brasileira que terá bolsa do Conselho Nacional  de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

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