Publicidade

Estado de Minas TECNOLOGIA

Portal criado por mineiros visa turistas que não querem gastar muito

Pensando nas pessoas que querem fugir dos hotéis, três sócios fundaram uma startup para oferecer serviço de hospedagem em residências


postado em 12/05/2014 18:18 / atualizado em 27/04/2015 12:18

Para quem tem o hábito de viajar ao exterior ou já teve a oportunidade de fazer um intercâmbio, a prática do homestay, ou seja, quando se paga para morar temporariamente em uma residência juntamente com a pessoa ou família que oferece o serviço, é muito comum e viável. Na Nova Zelândia, por exemplo, pelo menos 20% da receita do turismo vem dessa prática.

Pensando em aproveitar a atenção do mundo, que estará no Brasil, por causa da Copa do Mundo, três sócios mineiros resolveram, no início do ano passado, criar o Homestay Brazil. Selecionado pelo programa de aceleração de empresas startups de Minas Gerais, a Seed, iniciativa que incentiva todo tipo de empreendedorismo criativo, o portal também é considerado, pela prefeitura de Belo Horizonte, como indicação oficial para quem busca hospedagens alternativas, em residências.

O co-fundador da empresa, Leonardo Neves, comemora o interesse dos brasileiros de serem anfitriões, mesmo desconhecendo, em princípio, o funcionamento do empreendimento. "Estamos com uma média de 40 anfitriões se cadastrando por dia em nosso site. Muito em razão da Copa do Mundo. As pessoas estão descobrindo o que é  a prática do homestay e estão aderindo, mesmo sendo uma novidade por aqui. É inegável que o retorno financeiro que um anfitrião pode ter é um fator que motiva bastante", explica.

Para os interessados, a primeira pergunta que vem à mente é: será que é seguro tanto para quem oferece o serviço quanto para quem quer se hospedar? Os responsáveis pelo negócio dizem que sim. "Existe um processo financeiro que também garante a segurança. O viajante paga 5% no momento da reserva. Com isso, a gente garante, primeiro, a segurança do anfitrião. Esse dinheiro fica travado até a hora do check in, que é o momento em que o viajante apresenta um voucher ao anfitrião. Só assim o hospedeiro terá acesso ao dinheiro, eliminando a possibilidade de fraude", garante Leonardo, que ainda completa, dizendo que apenas casas e apartamentos mobiliados e com condições básicas de conforto são selecionados para o processo.

Apesar da empolgação com a parte financeira, Leonardo destaca que alguns hóspedes têm exagerado na hora de estipular o preço da diária. Enquanto em BH a orientação é de que o valor seja entre 100 e 150 reais por pessoa – chegando a cobrar até um pouco mais caro se o imóvel for localizado perto do Mineirão –, alguns anfitriões estão praticando um preço tão alto quanto o cobrado por hotéis. Porém, isso atrapalha a essência da prática de homestay. "Tivemos retorno de estrangeiros e muitos estão falando que o serviço oferecido por algumas pessoas é tão caro quanto o dos hotéis. O que a gente tem feito é orientar nossos anfitriões a praticar preços razoáveis, viáveis para um viajante pagar, e que ainda seja lucrativo".

Mineiros engajados

Apesar de a maioria dos mineiros não terem ficado nada satisfeitos com os jogos que o Mineirão irá receber na fase de grupos da Copa, BH é uma das cidades em que mais anfitriões fizeram cadastro no serviço oferecido pelo Homestay Brazil: 812 imóveis inscritos e 370 reservas feitas por turistas nacionais e internacionais.

No primeiro lugar entre os países que mais procuram a capital mineira para se hospedarem em residências estão os colombianos, que representam  39% da ocupação. Eles estão na frente do Brasil (22%), da Argentina (12%), da Inglaterra e dos Estados Unidos, que estão empatados com 11% cada. Curiosamente, a cidade mais procurada pelos turistas tem sido Cuiabá, com  233 solicitações de reserva, enquanto o número de anfitriões disponível é de apenas 95. Apesar de o número de solicitações de reservas em Cuiabá ser menor que o de BH, em termos absolutos, a taxa de ocupação da cidade mato-grossense é muito maior, já que o número de solicitações de reservas por anifitrões cadastrados é de 2,45, enquanto na terra do pão de queijo essa proporção é de 0,46.

Entretanto, isso não é motivo para os anfitriões de BH desanimarem. De acordo com a prefeitura e com o co-fundador do Homestay Brazil, o número de turistas que devem chegar à cidade sem ter lugar onde ficar pode ser grande, principalmente nas oitavas de final e nas semifinais da competição, quando haverá a definição de quais países disputarão a fase de mata a mata na cidade.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade