Publicidade

Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Poluição da água do Lago Azul preocupa moradores de Pará de Minas

Com o esgoto sendo despejado diretamente no espelho d'água, houve proliferação de aguapé, planta que adora ambientes insalubres


postado em 15/07/2014 16:20

O nível de poluição do Lago Azul, localizado no distrito de Carioca, em Pará de Minas, região central do estado, surpreendeu os deputados da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em visita ao local no dia 11 de julho, solicitada pelo deputado Inácio Franco (PV), os parlamentares verificaram que o espelho d'água, cartão postal da cidade, já está totalmente ocupado por aguapés – plantas que se espalham em água poluída.

Segundo o presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Pará de Minas, José Hermano de Oliveira, o Lago Azul era um local de lazer e diversão dos moradores da região. Mas com a poluição trazida pelo esgoto das cidades vizinhas como Itaúna, Itatiaiuçu e Igaratinga, e por dejetos de empresas instaladas na região, houve proliferação de aguapés.

José Hermano explica que a recuperação do local é difícil, e que deve contar com a ajuda do Ministério Público e do Poder Judiciário, para que os governantes tratem melhor o esgoto. "Isso é uma obrigação constitucional. Temos ações na justiça, mas a sensação que fica é aquela de ganhar, mas não levar", reclama.

Para o presidente da comissão de meio ambiente da ALMG, deputado Célio Moreira (PSDB), é preciso uma grande mobilização para que a situação seja revertida: "Vamos realizar uma audiência pública em agosto, para ouvir todos os lados. Temos que recuperar esse ponto turístico, que um dia foi motivo de orgulho e hoje é uma vergonha para os moradores de Pará de Minas".

Um primeiro passo também já está sendo dado. A primeira etapa do tratamento de esgoto da cidade de Itaúna deve ser entregue ainda em agosto deste ano. Quem garante é o prefeito do município, Osmando Pereira. De acordo com ele, foram investidos R$ 9 milhões nesse primeiro momento. "A burocracia atrapalha, mas esperamos iniciar as obras até o início do ano que vem. Depois da liberação dos recursos, estimamos que teremos 100% de esgoto tratado em dois anos", diz.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Igaratinga, Geraldo Aparecido Fabiano, também garante que existe um projeto da prefeitura para captar recursos para financiar o tratamento de esgoto da cidade. Ele explica que, por ser pequeno, com cerca de 10 mil habitantes, o município não tem recursos próprios para a instalação de estações de tratamento. "Nossa preocupação é evitar o agravamento da situação do Lago Azul e dos mananciais da região. Estamos trabalhando para isso", completa.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade