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Estado de Minas SAúDE

Estudo relaciona obesidade a 10 tipos de câncer

Cientistas ingleses observaram nada menos que cinco milhões de pessoas, durante sete anos, para chegar à conclusão que o sobrepeso está associado a tipos graves da doença, como a que ataca o útero, a mama e a tireoide


postado em 22/08/2014 09:52

Que o aumento no peso já traz inúmeros problemas, como a hipertensão, isso já é sabido. Mas associar a obesidade à incidência de câncer é uma novidade. Isso foi provado por um estudo recente apresentado pela publicação inglesa The Lancet Oncology, e que mostra que o sobrepeso pode aumentar o risco de desenvolvimento de 10 tipos da doença.

A pesquisa reuniu uma base de dados inédita, com mais de cinco milhões de indivíduos ao longo de um período de sete anos. Com os números, foi possível demonstrar que pessoas obesas estão relacionadas a mais de 12 mil casos de câncer, por ano, no Reino Unido. Além disso, o sobrepeso também seria responsável por aumentar em 3,7 mil o número de pacientes que sofrem com a doença, a cada ano.

O estudo, conduzido por cientistas da London School of Hygiene, mostrou que o aumento de 13 a 16 quilos no peso de um adulto médio, faz crescer o risco de seis tipos dessa séria doença: câncer de útero, da vesícula biliar, do rim, do colo do útero, da tireóide e leucemia – câncer do sangue, e que tem menor incidência entre os pesquisados. Pessoas que foram analisadas e que possuíam um alto índice de massa corporal também se mostraram mais propensas a desenvolver câncer do fígado, do cólon, dos ovários e câncer de mama pós-menopausa.

De acordo com o oncologista Amândio Soares, da Oncomed BH, a explicação para a associação entre obesidade e desenvolvimento de câncer está ligada ao próprio mecanismo biológico da pessoa. "Embora essa associação ainda não esteja bem esclarecida, acredita-se que o aumento do risco de alguns tumores, como o de mama, o de endométrio e o de intestino grosso, nas pessoas obesas, inclui as alterações dos hormônios sexuais [estrógeno, progesterona e androgênios], além de alterações nos níveis de insulina e seus fatores de crescimento", explica.

Em relação ao câncer de mama, de acordo com o especialista, o aumento do risco devido à obesidade depende do fator menopausa. Após esse período, as mulheres obesas têm um risco 1,5 vezes maior de desenvolver esse tipo de câncer, do que aquelas que estão com o peso adequado. "Além de um risco maior de morrer em consequência da doença", completa.

Sobre a alimentação, que seria uma forma de se prevenir o problema, o médico explica que estudos observacionais ainda não estabelecem claramente que a redução da incidência do câncer possa ser alcançada com a adoção de uma dieta específica. "Baseado nesses estudos, alguns alimentos devem ser evitados ou usados com moderação. Entre eles, estão incluídos os alimentos ricos em gordura, tais como carnes vermelhas, frituras e bacon. Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem ajudar a reduzir os riscos. Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm nutrientes, tais como vitaminas, fibras e outros compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo a destruírem os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células", diz Amândio Soares.

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