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Estado de Minas LEGISLAçãO

Segundo especialista, problema do futebol não é dinheiro

O professor da Fundação Getúlio Vargas critica a gestão das federações ligadas ao esporte, e diz que elas são as grandes culpadas pelas dívidas dos clubes


postado em 20/08/2014 12:08 / atualizado em 20/08/2014 12:53

O professor da FGV critica a gestão das federações, incluindo a CBF de José Maria Marin (foto), e as considera culpadas pela crise dos clubes de futebol brasileiros(foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Divulgação)
O professor da FGV critica a gestão das federações, incluindo a CBF de José Maria Marin (foto), e as considera culpadas pela crise dos clubes de futebol brasileiros (foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Divulgação)
A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, projeto de lei 5201, de 2013), não vai resolver completamente o problema financeiro do futebol, na avaliação do professor Pedro Trengrouse, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialista em gestão esportiva, ele defende mais financiamento estatal e responsabilização das confederações e federações nas dívidas dos clubes. "O problema do futebol brasileiro não é dinheiro, e sim, gestão", reclama.

O projeto de lei, que está pronto para ser votado em Plenário, permite o parcelamento da dívida dos clubes que aceitarem modernizar seus sistemas de administração, com transparência das contas e até o rebaixamento das entidades que permanecerem em dívida – ou seja, não cumprirem o acordo.

Trengrouse criticou o modelo de negócio do futebol que, segundo ele, concentra riqueza nas federações e empobrece os clubes. "No Rio de Janeiro, no campeonato estadual, nos 120 jogos da primeira fase, os clubes tiveram um prejuízo acumulado de R$ 500 mil, enquanto a federação arrecadou R$ 800 mil nesses mesmos jogos", diz. Pensando nisso, o especialista defende que as federações também sejam cobradas pelas dívidas dos clubes.

A proposta do professor da FGV é o estabelecimento de mudanças e intervenções, como maior financiamento governamental do esporte. "É preciso inovar, talvez criar fundações que permitam que esses clubes busquem no poder público, através de convênios, emendas, a independência necessária para que o esporte olímpico possa se viabilizar", explica.

Para o diretor da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos, Kleiber Beltrão, alguns pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte podem mudar os rumos da gestão do esporte no país. O texto proíbe, por exemplo, que os dirigentes antecipem recursos previstos para períodos posteriores ao término de sua gestão, sob pena de serem responsabilizados pessoalmente. "A grande maioria dos diretores dos clubes se candidatou a cargos políticos depois de assumir a direção de um grande clube, então, deixavam sempre o rombo para os que vinham a seguir", critica.

(com Agência Câmara)

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