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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Depois das capivaras, agora é a vez dos jacarés na lagoa da Pampulha

Quem passa pela região já deve ter encontrado os moradores ilustres do cartão postal da cidade. E aqueles que achavam se tratar de apenas um réptil, se enganaram, já que existe uma população bem maior desses animais, que são típicos do Brasil


postado em 04/09/2014 10:22 / atualizado em 04/09/2014 10:26

Quem visita o complexo arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, além de admirar as obras de Oscar Niemeyer e os jardins de Burle Marx, também se depara com uma fauna exótica: capivaras e jacarés. Os roedores, que encontraram na região um habitat perfeito, depois que foram "acusados" de transmitir a temida febre maculosa, por meio da picada dos carrapatos, foram isoladas e serão retiradas da lagoa em breve. Já os jacares, que até pouco tempo se pensava ser um indivíduo apenas, além de agradarem aos turistas, podem acabar tendo o mesmo destino, infelizmente.

"Estamos conversando com o Ministério Público e o Ibama sobre os jacarés e seu plano de manejo. Queremos saber se eles oferecem risco à população, e se for comprovado isso, serão tratados da mesma forma que fizemos com as capivaras", diz Délio Malheiros, vice-prefeito e secretário de meio ambiente de BH. Porém, de acordo com o Ibama, até hoje, não foi registrada nenhuma ocorrência envolvendo os répteis e a população que vive no entorno da represa.

Para Daniel Vilela, coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama em Minas Gerais, os répteis já habitavam a região muito antes do crescimento da cidade, e, provavelmente, chegaram à lagoa através dos ribeirões e córregos que desaguam nela. "Eles não oferecem nenhum risco às pessoas e estão muito bem adaptados ao ecossistema do local. Já registramos ninhos, filhotes e famílias inteiras em alguns pontos da Pampulha. Mas não sabemos quantos são os indivíduos dessa espécie", explica o especialista.

Apesar da poluição da represa, os jacarés-do-papo-amarelo – que é a espécie que habita a lagoa – se alimentam de peixes como tilápia e cascudo, e vivem pacificamente com os demais animais da região, como garças e marrecos. "Depois das capivaras, o jacaré pode ser a bola da vez. Somos totalmente contra a retirada deles", diz o funcionário do Ibama.

A maior dificuldade para se realizar um trabalho de pesquisa com esses bichos, segundo Daniel Vilela, é que eles não vivem num local definido. Mas, para quem quer visitar os "exóticos" animais, um ponto mais fácil para avistá-los é perto do Parque Ecológico, por ser uma região com natureza mais abundante e preservada.

(foto: Editoria de Arte)
(foto: Editoria de Arte)

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