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Estado de Minas MASTECTOMIA

Efeito Angelina Jolie faz crescer exames de mapeamento genético

Segundo pesquisa, cresce pedidos de exame que detecta gene do câncer de mama. Em um ano, teste que verifica a mutação do gene BRCA1 mais que dobrou na Inglaterra


postado em 26/09/2014 17:35 / atualizado em 26/09/2014 17:45

Estrelas de Hollywood não influenciam o mundo apenas com os looks que usam no tapete vermelho do Oscar. A atriz Angelina Jolie foi tema de uma pesquisa que comprovou o aumento do número de exames de mapeamento genético para câncer de mama. Há um ano, a artista retirou os dois seios depois de teste positivo sobre mutação do gene BRCA1, o que aumentaria significativamente suas chances de desenvolver a doença. Este tipo de câncer é um dos mais comuns em mulheres. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), deverá surgir 57.120 de câncer de mama no Brasil.

Segundo o periódico “Breast Cancer Research” sobre o chamado “Efeito Angelina”, pesquisadores estudaram 21 clínicas e centros genéticos na Inglaterra e descobriram 4.847 referências para o teste entre junho e julho de 2013, frente a 1.981 no mesmo período de 2012. Para o oncologista e presidente do conselho administrativo da rede Oncoclínicas do Brasil, Bruno Ferrari, além da prevenção, o teste serve para identificar os diferentes tumores de câncer de mama. “Esse exame permite ao médico individualizar o tratamento e prescrever as drogas mais adequadas, levando em consideração o tipo, o desenvolvimento e a agressividade do tumor, bem como o estágio o qual se encontra”, salienta.

Ainda segundo o médico, o alerta de Angelina Jolie para esse tipo de exame também fez cair o custo, de R$ 14 mil para cerca de R$ 5 mil. Alguns planos de saúde já autorizam o exame para pacientes considerados de risco. O oncologista afirma que não basta ter casos de câncer em parentes de primeiro grau para considerar o risco. “Um parente de primeiro grau é um fator, mas não definitivo. Por isso, fazemos o aconselhamento genético multidisciplinar com oncologistas, mastologistas, psicólogas, mas quem dá o parecer final é o oncogeneticista. O ideal é começar o mapeamento com quem já desenvolveu o câncer para mapear o gene e, depois de mapeado, os membros de primeiro grau da família são investigados”, explica Ferrari.

A coordenadora de projetos, Ivone de Araújo, de 43 anos, já passou pelo processo de avaliação e irá fazer o exame que busca mutação genética. Em novembro passado, ela descobriu dois pequenos nódulos no seio esquerdo e a mastectomia foi realizada. “Como eu tenho que fazer a reconstrução do seio esquerdo, consultei minha mastologista para verificar a necessidade da retirada do outro seio. Dependendo do resultado vou retirar a outra mama e reconstruí-las”, conta.

Ivone, mãe de duas meninas, de 9 e 6 anos leu as entrevistas de Angelina Jolie e se identificou com a atriz, que tem seis filhos, todos menores. “Ela disse uma vez que não vai ser por causa de câncer que os filhos vão sofrer sua ausência. E penso o mesmo para as minhas filhas”, afirma.

Os exames da atriz apontaram que ela tinha 87% de risco de desenvolver o câncer de mama por causa da mutação genética. Também apresentava 50% de chances de ter um câncer de ovário. A mãe de Angelina, a atriz Marcheline Bertrand, tinha 56 anos quando morreu de câncer no ovário, do qual se tratava há sete anos.

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