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Estado de Minas CARREIRA

Como diferenciar seu currículo no mercado

Em um mercado de trabalho competitivo, cursos de especialização, idiomas até uma segunda graduação são cada vez mais procurados


postado em 07/10/2014 16:32 / atualizado em 07/10/2014 18:15

Depois de experiências de estágios e trabalho na área de logística em comércio exterior, Bernardo Machado faz as malas para se especializar no Canadá(foto: Samuel Gê/Revista Encontro)
Depois de experiências de estágios e trabalho na área de logística em comércio exterior, Bernardo Machado faz as malas para se especializar no Canadá (foto: Samuel Gê/Revista Encontro)
Um supervisor de vendas foi descoberto por headhunter, convidado a trocar de empresa e assumir vaga em uma companhia multinacional. O salário saltou para R$ 10 mil, mais comissões de vendas e benefícios da legislação trabalhista. Uma advogada com mais de 15 anos de graduada também foi descoberta por caçadoreS de talentos e vai receber R$ 12,5 mil de salário e ainda terá direito a previdência privada, moradia e a outros três salários adicionais por ano, dentre outros benefícios. Esses exemplos são reais, não fazem parte de nenhum universo fictício e se multiplicam no mundo corporativo das grandes cidades brasileiras. Os dois novos contratados, no entanto, têm no currículo curso de graduação, outros de especialização, proficiência em uma ou mais línguas estrangeiras, trabalhos voluntários e diversos exemplos de boa liderança e outras doses de perseverança e esmero dentro de empresas.

O mercado de trabalho hoje é volátil e complexo e exige velocidade na entrega de resultados cada vez melhores. “O profissional precisa demonstrar competências capazes de lidar bem com as mudanças desse mercado onde a empresa atua. É mais valorizado o empregado que tem competências, como inteligência cognitiva, valores imutáveis como honestidade e potencialidades como curiosidade e obstinação”, ressalta a diretora da Upside Executive Search, Efigenia Wend.

Se as  exigências estão no campo da emoção e por mais resultados, todo curso que contribui para aumentar a cultura de um profissional é positivo, mas precisa ter ligação com as exigências técnicas e comportamentais do especialista, diz a gerente de recursos humanos, Flávia Alvim. É o que almeja o graduado em Relações Internacionais, Bernardo Machado de Souza. Depois de experiências de estágios e trabalho na área de logística em comércio exterior em empresas como Samarco, Ventana e Globex, ele faz as malas para se especializar em International Trade Business, em Vancouver, no Canadá. “Preciso ganhar experiência e aprender os trâmites da logística internacional de outros países. Tenho boa perícia e prática no comércio exterior realizado por empresas brasileiras, por isso a necessidade de me especializar e aprender as especificidades de outros mercados mundiais”, ressalta.

Inglês não é mais um diferencial

Efigenia Wend: É muito fácil detectar inverdades do candidato em uma na entrevista ou ao longo do processo seletivo. Não há espaço para não-verdades no meio corporativo(foto: Eugênio Gurgel/Revista Encontro)
Efigenia Wend: É muito fácil detectar inverdades do candidato em uma na entrevista ou ao longo do processo seletivo. Não há espaço para não-verdades no meio corporativo (foto: Eugênio Gurgel/Revista Encontro)
Falar inglês para Bernardo Machado sequer é diferencial já que lida cotidianamente com questões que envolvem o comércio exterior. “A fluência em outra língua é quase natural. Oitenta por cento do meu tempo no trabalha falava em inglês. De 100 e-mails que recebia, 90 eram com conteúdo na língua estrangeira”, conta. A habilidade de ler, escrever, falar e entender em outro idioma também ronda várias outras profissões em um mundo de negócios globalizados, por isso, é tão comum a exigência da língua estrangeira para os candidatos a emprego. O administrador Mauro Gomes é outro que tem a língua estrangeira como hábito do dia a dia profissional. “Não passo sequer uma hora sem entrar em contato por telefone ou sem escrever em inglês para algum cliente ou outro colega de mercado”, destaca o especialista que atua em uma pequena empresa do ramo alimentício com sede na capital mineira.

Cursos internacionais, língua estrangeira, graduação em uma boa faculdade e cursos de especialização com conteúdo diretamente relacionado com a função são diferenciais para um candidato se destacar em um processo seletivo. “Um advogado, por exemplo, com uma outra graduação em filosofia passa ter um diferencial se buscar algo na área de humanas. Já o graduado em direito com uma especialização em contabilidade e com conhecimentos tributários torna-se um profissional raro, dada a demanda por esse especialista no mercado. Já um advogado com outra graduação em geografia ou biologia, passa a não ter uma distinção tão significativa no currículo”, explica Flávia Alvim.

A caçadora de talentos Efigenia Wend concorda. “O mais importante é que o profissional faça cursos de qualificação, para consolidar conhecimentos. Se especializar em outra área diferente da qual tiver experiência, o curso pode servir somente para tornar o candidato mais culto e com capacidade de análise ampla”, reforça. A headhunter e diretora da Reggiani Hunting Consultores, Maria Reggiani, complementa que tudo que contribui para aumentar a cultura de um profissional é positivo. “Há cursos paralelos à formação acadêmica que podem favorecer a avaliação curricular de um candidato, mas exibir no currículo cursos afastados de seu foco profissional, pode ter a carreira colocada em dúvida em um processo seletivo”, diz.

Exibir no currículo cursos afastados de seu foco profissional, pode ter a carreira colocada em dúvida em um processo seletivo, afirma Maria Reggiani(foto: Eugênio Gurgel/Revista Encontro)
Exibir no currículo cursos afastados de seu foco profissional, pode ter a carreira colocada em dúvida em um processo seletivo, afirma Maria Reggiani (foto: Eugênio Gurgel/Revista Encontro)
O importante é que, em nenhum momento, o candidato inclua uma inverdade no currículo. “É muito fácil detectar isso na entrevista ou ao longo do processo seletivo. Não há espaço para não-verdades no meio corporativo. Caráter é uma competência durável”, sentencia Efigenia Wend.

 

 

 

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