Há 70 anos, Vinicius Vênus Gomes da Silva, presidente da Associação dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB), desembarcou na Itália para lutar junto aos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. O pracinha – como eram chamados os soldados brasileiros – não tinha certeza se voltaria do conflito, mas lembra, com orgulho, de como a missão foi importante não só para o fim da guerra, mas também para a história e orgulho do Brasil.
Até 1941, o país se manteve neutro no conflito. Depois de ataques nazistas a navios brasileiros que forneciam matéria-prima para os norte-americanos, o então presidente Getúlio Vargas reconheceu que era inevitável o Brasil entrar em estado de guerra contra o eixo (Alemanha, Itália e Japão). "O Brasil entrou em guerra no dia 22 de agosto de 1942. A partir dessa data, todos nós fomos imbuídos da ideia de ir para a batalha", lembra o coronel Nestor Silva, também veterano da FEB. O desembarque na Itália aconteceu em 16 de julho de 1944, e o primeiro confronto em 16 de setembro do mesmo ano.
Cinco escalões lutaram no norte da Itália e tinham como missão romper a chamada "linha gótica", ou seja, a última faixa de defesa nazista que defendia o território alemão. Depois de sofrer com os rigores do inverno europeu, os membros da FEB, auxiliados pelos norte-americanos, tomaram o Monte Castelo, mesmo com inferioridade numérica e tecnológica. Essa é a batalha mais conhecida da missão e foi travada por três meses, até ser vencida em fevereiro de 1945, uma das últimas ofensivas contra o exército alemão.
Para Vinicius Vênus Gomes da Silva,, foi um orgulho ter participado da missão brasileira: "Acho que como brasileiro eu cumpri o meu dever. Não sou melhor do que nenhum compatriota. Tenho orgulho de ter cumprido e ter servido a minha pátria na hora em que ela precisou".
Curiosidades sobre a campanha da FEB na Itália:
- As principais conquistas dos militares brasileiros estão a batalha de Monte Castelo (fevereiro de 1945) e a tomada de Montese (15 de abril de 1945), após três ataques mal sucedidos e a vitória só veio na quarta investida
- Ao longo da campanha, mais de 20 mil soldados do eixo foram aprisionados pelos pracinhas brasileiros
- Os restos mortais dos brasileiros foram inicialmente enterrados na cidade italiana de Pistoia. Somente em 1960, foram transladados ao Brasil, onde permanecem no Monumento Nacional dos Pracinhas, no Rio de Janeiro
- A FEB foi a única tropa a pisar na Europa com militares de todas as raças (negros, índios, pardos e brancos)
Assista ao vídeo com veteranos da FEB:
(com Portal Brasil)