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Estado de Minas CONSUMIDOR

Black Friday ou Black Fraude?

As redes sociais estão cheias de usuários reclamando de preços 'maquiados'. Coordenador do Procon da Assembleia dá dicas para quem quer evitar as armadilhas do comércio


postado em 28/11/2014 11:13 / atualizado em 28/11/2014 11:42

Na madrugada desta sexta, dia 28 de novembro, os sites de lojas de departamento ficaram congestinados. O motivo? A famosa promoção Black Friday, que surgiu nos Estados Unidos para aproveitar a sexta posterior ao feriado de Ação de Graças, também se espalhou pelo Brasil, deixando lojas físicas e virtuais superlotadas. O problema, e que está estampado nas principais redes sociais, é saber se o preço da oferta está em conta ou é fruto apenas de uma "maquiagem" – o comércio supervaloriza um item dias antes de colocá-lo em "promoção".

"Enquanto você finge que tem dinheiro, os produtos fingem que tem desconto, mas o importante é não ficar de fora do #hype", diz um usuário no Twitter. O portal de defesa do consumidor Reclame Aqui criou um hotsite especialmente para a Black Friday, e, só na madrugada da sexta-feira, acumulou 1.200 reclamações de internautas indignados com as falsas promoções.

Um senso comum é que eletrônicos e eletrodomésticos não estão valendo a pena, mas livros, filmes e eletroportáteis, por outro lado, estão mais em conta. Mesmo assim, é bom ficar de olho no valor do frete e no tempo de entrega – em algumas lojas o valor do envio é superior ao do próprio produto. "Uma dica é que, se a pessoa não monitorou o produto antes da Black Friday, pode ser vítima de publicidade enganosa. Portanto, não compre. Todo apelo publicitário, hoje, diz que se não comprar agora, perderá a chance. Mas daqui a algumas semanas ou depois do Natal, vai estar mais barato. É um apelo enganoso", diz Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

O portal Reclame Aqui criou um hotsite da Black Friday e exibe as lojas online com mais reclamações de usuários(foto: Reprodução)
O portal Reclame Aqui criou um hotsite da Black Friday e exibe as lojas online com mais reclamações de usuários (foto: Reprodução)


Ele lembra que é essencial que o consumidor leve em conta a real necessidade da compra e, ainda mais importante, se tem dinheiro para a aquisição. "Compre se tiver dinheiro, para não prejudicar o orçamento, se tiver precisando, e se tiver certeza de que o preço é promocional, imperdível", explica o coordenador do Procon.

Outro problema comum no dia da promoção são os sites e e-mails falsos, que fingem ser lojas online, para roubar os dados do internauta. A orientação de Marcelo Barbosa é que se conheça a página em que vai compra, não abra mensagens não solicitadas e sempre digite o endereço do site. "Com isso  se certifica que a página é a oficial. Verifique também a comprovação de segurança, o famoso cadeado que aparece no navegador", completa. Ele lembra que é preciso registrar (salvar ou imprimir) toda a compra, principalmente as telas que trazem o prazo de entrega. "Esse foi o principal problema da Black friday do ano passado: não entregar na data prometida. De acordo com o Código do Consumidor, se o produto não for entregue no prazo, é garantida a devolução do dinheiro", explica.

As datas e valores de entrega, aliás, são outra reclamação constante nas redes sociais. No Twitter, um usuário postou uma tela em que consta a simulação de compra de um edredom de R$ 44,97, para ser entregue em Olinda, Pernambuco, e que apresenta o custo do frete como R$ 171,09, e o prazo de envio de 25 dias úteis. "Eu, Marcelo Barbosa, recomendo a todos que forem comprar na Black Friday pensando em receber antes do Natal, que não o façam. Devido à grande demanda por produtos e à logística, as empresas não conseguirão cumprir com o trato", afirma o coordenador do Procon Assembleia.

Usuários do Twitter postam reclamações contra os preços 'maquiados' da promoção desta sexta-feira(foto: Reprodução)
Usuários do Twitter postam reclamações contra os preços 'maquiados' da promoção desta sexta-feira (foto: Reprodução)

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