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Estado de Minas SAúDE

Diagnóstico correto da febre chikungunya é essencial para tratamento

Como a doença se confunde com a dengue, o reconhecimento dos sintomas ajuda a não se dar um diagnóstico errado, o que pode atrapalhar no tratamento


postado em 17/11/2014 12:35

Falta pouco mais de um mês para o início do verão e o Brasil sofre a ameaça das chamadas novas epidemias. A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados debateu a ameaça da febre chikungunya e do ebola com representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz e do Instituto Emílio Ribas.

Com relação à febre chikungunya, a maior preocupação das autoridades é que doença se espalhe e possibilite diagnósticos errados de dengue. Ela é uma moléstia viral transmitida por dois tipos de mosquito, entre os quais o Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Os sintomas também são parecidos e incluem febre acima de 39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos. A diferença é que, ao contrário da dengue, a chikungunya não leva ao óbito.

Como explica Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, o erro no diagnóstico pode retardar o tratamento correto. "Se for dengue, quando há o agravamento, é importante uma intervenção rápida: deve-se internar a pessoa, fazer uma hidratação e ter um cuidado mais intenso. Se for chikungunya, isso não é necessário".

No Brasil, já foram confirmados quase 800 casos de febre chikungunya e mais de 900 ainda estão em investigação. Amapá, com 470 episódios, e Bahia, com 567, são os estados com maior incidência. Essa febre só é mortal para recém-nascidos e idosos, caso esteja associada a outras enfermidades.

Ebola

Se a chikungunya é de baixa gravidade e tem potencial de se espalhar pelo país, o vírus ebola é o contrário: possui elevada taxa de mortalidade e possibilidade baixíssima de propagação, quanto mais de chegar ao Brasil. Os aeroportos e portos já têm planos de contingência para a entrada do vírus, que são constantemente revisados e adequados, de acordo com orientações do Ministério da Saúde. Na África, já foram notificados 14 mil casos e pouco mais de 5 mil mortes.

Segundo Rodrigo Guerino Stabeli, vice-presidente de pesquisa e laboratórios de referência da Fiocruz, pessoas que viajam aos países com ebola, quando chegam ao Brasil, são direcionadas ao posto da Anvisa local e respondem a um questionário: "Se o suspeito de estar contaminado não tiver febre e ele tiver boas condições de saúde, é liberado para entrada no País. Não podemos discriminar os oriundos dos países onde há epidemia ou quem vai visitá-los".

Se a pessoa apresentar risco de ter o vírus, ela passa a ser monitorada por uma equipe. Se após alguns dias apresentar sintoma do ebola, é orientada a ir uma unidade de saúde, que faz um tratamento especial e a isola. Aí entra em campo a secretaria de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, que desloca a pessoa para o Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, como ocorreu no caso suspeito da cidade de Cascavel no Paraná.

(com Agência Câmara)

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