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Estado de Minas SAÚDE

Conheça a endometriose, que afeta a atriz Fernanda Machado

A doença é incurável, durante o período fértil da mulher, e pode levar à infertilidade e à retirada de partes do útero e de outros órgãos afetados


postado em 02/02/2015 09:49

A atriz Fernanda Machado foi a um programa de TV para dizer que, mesmo sofrendo com a endometriose, conseguiu engravidar(foto: Globotv.globo.com/Reprodução)
A atriz Fernanda Machado foi a um programa de TV para dizer que, mesmo sofrendo com a endometriose, conseguiu engravidar (foto: Globotv.globo.com/Reprodução)
O drama vivido pela atriz Fernanda Machado, de 34 anos, expôs o sofrimento que muitas mulheres também passam durante a vida fértil: a endometriose. Em janeiro, a atriz global postou em suas redes sociais uma foto com o marido, anunciando a gravidez, um sonho que tinha medo de não poder realizar, já que é vítima da endometriose.

"Sim, estamos realizando o maior sonho das nossas vidas. Estamos vivendo um momento inesquecível. Dentro de mim batem dois corações, agora. Estamos grávidos. Eu estava louca para dividir a maior alegria das nossas vidas com vocês, que são sempre tão carinhosos comigo, com a gente, muito obrigada por todas as mensagens de carinho e amor", publicou Fernanda em sua conta do Instagram. Ela também deu a notícia e falou sobre a doença no programa da Fátima Bernardes.

A endometriose pode atingir mulheres da primeira menstruação até a menopausa. Com a descamação do endométrio – tecido que reveste o útero – que ocorre todo mês, causando a menstruação, o material pode fazer o caminho inverso do tradicional e se instalar nas trompas, ovários, intestino e até na cavidade abdominal. Com isso, as células do endométrio alojadas em outros órgãos se proliferam e causam pequenas inflamações, gerando cicatrizes e até infertilidade.

Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (dos 13 aos 45 anos) podem desenvolvero problema e 30% têm chance de ficarem estéreis.

(foto: Encontro Digital)
(foto: Encontro Digital)


De acordo com Delzio Bicalho, ginecologista e diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, uma das possíveis causas da endometriose é o adiamento da gravidez. Por isso, a doença é conhecida como a da mulher moderna, que busca ascensão profissional antes de formar uma família, e, com isso, acaba tendo filho mais tarde. "Antigamente, as mulheres sofriam menos de endometriose porque começavam a ter filhos cedo, com 18 anos, e tinham um atrás do outros. Hoje, quanto mais se menstrua, maior a chance do fluxo fazer o caminho inverso", explica o médico.

O especialista faz um importante alerta, não é só para as pacientes, mas para os médicos. Segundo ele, sintomas da doença costumam ser subestimados, o que atrasa o diagnóstico, aumentando o sofrimento da mulher. "O mais importante é que os profissionais tenham atenção com relação às queixas das pacientes sobre cólicas na região abdominal. Isso, muitas vezes, leva a mulher ao sofrimento quando descobre, tardiamente, a doença, e tem de fazer remoção de parte do intestino, do ovário ou da região afetada", afirma.

A cura para a endometriose se dá apenas com a chegada da menopausa, quando o ciclo menstrual é interrompido.  Até lá, uma das opções de tratamento é a intervenção cirúrgica para retirada das células do endométrio das regiões afetadas e o uso do método anticoncepcional contínuo para evitar o sangramento.

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