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Estado de Minas POLÍTICA

Milhares de pessoas vão às ruas e governo promete medidas anticorrupção

As manifestações contra a corrupção e contra o governo da presidenta Dilma Rousseff ocorreram em todas as regiões do país e reuniram milhares de pessoas. Em resposta, governo defende reforma política e fala em medidas contra a corrupção


postado em 16/03/2015 09:02 / atualizado em 16/03/2015 09:10

A Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, ficou tomada pelos manifestantes que pediam a saída de Dilma Rousseff e o fim da corrupção(foto: Marcelo Sant'Anna/Fotos Públicas/Divulgação)
A Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, ficou tomada pelos manifestantes que pediam a saída de Dilma Rousseff e o fim da corrupção (foto: Marcelo Sant'Anna/Fotos Públicas/Divulgação)
Em Belo Horizonte cerca de 24 mil pessoas se reuniram na Praça da Liberdade. A manifestação seguiu até por volta das 13h, quando os manifestantes se dispersaram sem ocorrências que merecessem registro da Polícia Militar. Em Goiânia, 60 mil pessoas caminharam entre a praça Tamandaré e o parque do Areião, num percurso de cerca de 4 quilômetros.

Em Campinas (SP), 5 mil pessoas se reuniram pela manhã e mais de 10 mil na parte da tarde para os protestos. Os manifestantes também já se dispersaram sem que episódios de violência ou enfrentamento fossem registrados pela polícia. Na capital paulista, a Polícia Militar informa que pelo menos 1 milhão de pessoas se reuniram na avenida Paulista.

Na região norte, manifestantes também foram para as ruas. Em Manaus, 22 mil pessoas se juntaram aos protestos, de acordo com a PM estadual. A passeata começou na praça do Congresso e seguiu pelas principais avenidas do centro da capital amazonense. Em Belém, os manifestantes caminharam pelo centro da cidade até o Theatro da Paz, um dos símbolos da capital paraense, também vestidos de verde e amarelo e levando faixas com críticas ao governo Dilma e pedidos de impeachment da presidenta.

No nordeste, foram registrados protestos no Recife, em Salvador, em Aracaju e em outras capitais. Em Fortaleza, a manifestação se concentrou na praça Portugal, na Aldeota, bairro nobre da capital. A PM contabilizou 15 mil pessoas no protesto. Já a organização do ato estimou em 20 mil pessoas. Assim como em outros locais do país, a maioria dos participantes vestia roupas com as cores da bandeira brasileira e levantavam faixas com frases de rejeição ao PT e à presidenta Dilma. O ato seguiu pela avenida Beira Mar, na praia de Iracema, e terminou no Jardim Japonês, na avenida Beira-Mar, onde os participantes cantaram o hino nacional e trechos da música Pra Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, considerada símbolo da resistência contra a ditadura militar.

Pronunciamento

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo afirmou que será anunciado nos próximos dias um conjunto de medidas para combater a corrupção no país e defendeu a necessidade de uma reforma política, ainda no domingo, dia 15 de março.

Miguel Rossetto, ministro da secretaria-geral da presidência:
Miguel Rossetto, ministro da secretaria-geral da presidência: "O que não é legítimo e aceitável é o golpismo, a intolerância e o impeachment infundado que agride a democracia" (foto: José Cruz/Agência Brasil/Divulgação)


Cardozo ressaltou que após o anúncio das medidas será iniciado um diálogo com a população para que sejam discutidas as propostas. "O diálogo está aberto a todos para que apresentem propostas, para que encaminhem manifestações e para contribuir com novas medidas além daquelas que serão anunciadas", diz o ministro.

Cardozo considerou que o atual sistema político no país é a "porta principal para a corrupção no país". "A atual conjuntura aponta para uma necessária mudança do nosso sistema político atual para que tenhamos um sistema político que feche as portas para a corrupção. Não é mais possível que continuemos a ter o financiamento privado de campanhas", defende.

Miguel Rossetto, ministro da secretaria-geral da presidência afirmou que as manifestações realizadas neste domingo partiram de setores da sociedade críticos ao governo, formados em sua maioria por "eleitores que não votaram na presidenta Dilma Rousseff". "São legítimas, o que não é legítimo e aceitável é o golpismo, a intolerância e o impeachment infundado que agride a democracia", comenta.

Rossetto defendeu as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo para "arrumar as contas públicas" e afirmou que o governo está disposto a fazer ajustes em relação a elas. "Os ajustes dão conta de ampliarmos do diálogo sobre o conjunto de medidas que foram anunciadas. Estamos renovando todo o ambiente de diálogo para qualificar essas medidas que são importantes e necessárias", defendeu.

Durante a entrevista dos ministros, transmitida por emissoras de TV, moradores de algumas cidades, como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, voltaram a se manifestar com panelaço e buzinaço. No domingo dia 8 de março, enquanto a presidenta Dilma Rousseff falava em rede nacional de rádio e televisão, em seu pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher, várias cidades do país registraram protestos desse tipo.

(com Portal EBC)

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