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Estado de Minas ESPORTES

Time que não pagar salário em dia pode perder ponto

Em reunião na CBF, 20 clubes brasileiros da Série A reconheceram a importância de se criar uma medida de punição para aqueles que desrespeitam as leis trabalhistas


postado em 03/03/2015 13:53

Imagine seu time ser rebaixado ou perder a chance de levar a taça do Brasileirão, porque perdeu pontos devido ao atraso no pagamento dos salários dos jogadores?(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Imagine seu time ser rebaixado ou perder a chance de levar a taça do Brasileirão, porque perdeu pontos devido ao atraso no pagamento dos salários dos jogadores? (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Os clubes que participam do Campeonato Brasileiro Série A de 2015 se comprometeram a pagar, em dia, os salários dos jogadores que participarem da competição. Essa é uma das medidas do chamado Fairplay Financeiro, projeto para saneamento das contas dos clubes de futebol. Além disso, no encontro realizado na segunda-feira, dia 2 de março, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com a participação de 20 presidentes de clubes, além de parlamentares, ficou decidido que haverá perda de pontos para a instituição que não cumprir o acordo.

Embora as regras ainda não estejam definidas, o presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, adiantou que o mecanismo já é aplicado pela Federação Paulista. "Foi aprovado o que foi usado pela Federação Paulista. Quem reclamar, que encaminhe ao tribunal desportivo, exatamente como funciona em São Paulo", explica o dirigente.

Eurico Miranda descartou a possibilidade do jogador, com atrasos nos salários, deixar de fazer denúncia para não ficar vulnerável no clube e correr o risco de ser prejudicado. "Se não quer denunciar quem te faz mal, o que pode fazer? O cara tem que denunciar", completa.

O dirigente, que é favorável à medida, no entanto, indicou que a questão dos atrasos precisa ser aprofundada, como discutir os salários elevados de jogadores e treinadores. "Esse negócio de pagar em dia, sou favorável. Falei de um problema que precisa ser discutido. Quando trato da questão trabalhista, que se precisa cumprir com as obrigações, é para evitar os exageros que estão sendo cometidos. Depois, vira aquilo [declaração dada pelo jogador sobre salários altos] que o Vampeta falou. Eles fingem que jogam e o clube finge que paga", destaca o presidente do Vasco.

Na saída da reunião houve divergência se a medida já será aplicada imediatamente. Para o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, não é possível que ela possa ser adotada no Campeonato Brasileiro de 2015. Ele explicou que a Federação Internacional de Futebol (Fifa), prepara novas normas de punição para os clubes que não pagarem em dia. Ele lembrou que no Brasil, se houver três meses de atraso, os atletas têm o direito de se liberar do clube. Mas, o dirigente ponderou que o estatuto do torcedor determina que não pode haver alteração para aplicação imediata.

"Esse negócio de perda de ponto, não vão conseguir colocar isso nem em legislação civil. Isso é regra de regulamento da competição. O Estatuto do Torcedor não permite que se mude de um dia para outro. Precisa, no mínimo, de dois anos de validade de um regulamento. Não pode trocar o regulamento na hora que você quiser. O que foi pedido é o fairplay para os clubes passarem a pagar os salários em dia", analisa o presidente do Cruzeiro.

No site da CBF, o presidente eleito da instituição, Marco Polo Del Nero, avaliou que a criação do Fairplay Trabalhista representa um passo importante e decisivo para uma melhor organização do futebol brasileiro. Ele acrescentou que a aprovação foi por unanimidade, independentemente da votação da Lei de Responsabilidade Fiscal que está em tramitação no Congresso Nacional. "Estavam presentes os presidentes dos 20 clubes que disputarão o Campeonato Brasileiro Série A de 2015, além dos presidentes das respectivas federações. O Fairplay Trabalhista implica o cumprimento das obrigações financeiras e trabalhistas, ou seja, o clube não poderá atrasar salários dos jogadores durante a disputa da competição", diz.

(com Agência Brasil)

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