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Estado de Minas SAÚDE

Meio ambiente degradado resulta em queda da fertilidade humana

Diversos poluentes a que temos acesso no dia a dia afetam o sistema endocrinológico, levando a problemas hormonais e do sistema reprodutor


postado em 23/06/2015 09:59

Aldrin, endrin, dieldrin, clordano, toxafeno, mirex, heptacloro, hexaclorobenzeno, dioxinas e furanos são exemplos de poluentes presentes no ambiente, e que afetam a fertilidade humana(foto: Pixabay)
Aldrin, endrin, dieldrin, clordano, toxafeno, mirex, heptacloro, hexaclorobenzeno, dioxinas e furanos são exemplos de poluentes presentes no ambiente, e que afetam a fertilidade humana (foto: Pixabay)
Agressões ao solo, à água e ao ar têm sido tema de algumas discussões globais acerca do impacto humano sobre a Terra. Em muitos lugares, incluindo o Brasil, a população ainda é exposta a resíduos industriais perigosos. Estudos indicam que esses 'disruptores endócrinos' (poluentes) promovem alterações no sistema endocrinológico dos seres humanos, alterando a regulação dos hormônios e influenciando diretamente testículos, ovários, tireoide, metabolismo, desenvolvimento fetal etc. Ou seja, o sistema reprodutor está sob ameaça constante.

De acordo com Edson Borges Junior, especialista em Medicina Reprodutiva do Fertility Medical Group, um disruptor endócrino pode ter muitos alvos no sistema reprodutivo masculino. "As agressões do homem à natureza estão se voltando contra ele mesmo. Um dos maiores problemas que encontramos é o impacto direto de determinadas substâncias, inclusive de algumas encontradas em produtos de uso pessoal, sobre a espermatogênese e a produção de andrógenos. Ou seja, por conta dessa contaminação, muitos homens não produzem quantidade suficiente de espermatozoides para engravidar a parceira, ou são espermatozoides de baixa qualidade, defeituosos. Isso é muito grave, se pensarmos no longo prazo", diz o médico.

Os disruptores endócrinos costumam estar presentes em fórmulas de produtos como detergentes, higiene pessoal, resinas plásticas, tintas, agrotóxicos, fertilizantes. De acordo com o especialista, eles conseguem mimetizar os hormônios naturais, inibindo a ação desses e desregulando todo o sistema endócrino, com alto potencial de comprometimento do sistema reprodutor, o que causa a infertilidade. "Esses componentes estão tão presentes no dia a dia das pessoas, que elas respiram, ingerem ou entram em contato com eles sem se darem conta da gravidade. Uma vez que entram na corrente sanguínea, passam a interagir com nosso organismo de forma agressiva", conta Edson Junior.

Entre as substâncias tóxicas presentes no ambiente, as mais perigosas para nosso corpo são DDT, PCB, aldrin, endrin, dieldrin, clordano, toxafeno, mirex, heptacloro, hexaclorobenzeno, dioxinas e furanos. Mas, também existem compostos orgânicos de metais que têm como característica se acumular nos tecidos dos organismos vivos. "Embora banidos há algumas décadas, ainda encontramos traços de DDT e PCB nos fluidos humanos, em razão de sua alta resistência à biodegradação. Outro aspecto importante é que, por mais que as pessoas entrem em contato com essas substâncias nocivas através da pele ou da inalação, ainda é através da boca que se dá a contaminação mais grave para o sistema reprodutor, seja pela ingestão direta de alimentos", completa o médico.

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