Publicidade

Estado de Minas TECNOLOGIA

Que tal ir para a Lua em apenas quatro horas?

Segundo a Nasa, o motor EMDrive, que, ao ser testado no vácuo, já deu resultado positivo para a geração de energia eletromagnética sem combustível


postado em 25/06/2015 15:36

O motor EMDrive, que está sendo testado pela Nasa, segundo especulações, no futuro, poderia usar a dobra espacial para alcançar longas distâncias no universo, tal qual a nave Enterprise de Jornada nas Estrelas(foto: Star.trek.sk/Reprodução)
O motor EMDrive, que está sendo testado pela Nasa, segundo especulações, no futuro, poderia usar a dobra espacial para alcançar longas distâncias no universo, tal qual a nave Enterprise de Jornada nas Estrelas (foto: Star.trek.sk/Reprodução)
Há 46 anos, o homem pisava na Lua pela primeira vez. A jornada da nave Apollo 11 levou quatro dias para chegar ao único satélite natural da Terra. Já imaginou reduzir esse tempo para apenas quatro horas? A Agência Espacial Americana (Nasa) está testando um motor chamado EMDrive, que poderia ser capaz de realizar esse feito. Ir à Lua seria como pegar um avião e viajar de Belo Horizonte para Porto Alegre.

O sistema foi desenvolvido pelo cientista britânico Roger Shawyer e funciona por meio do eletromagnetismo, sem necessidade de se usar um combustível. A probabilidade de se alcançar uma velocidade exorbitante foi verificada em testes feitos no vácuo, pela Nasa. "Viajar para a Lua em até quatro horas seria possível. A velocidade teria que ser de, aproximadamente, 100 mil km/h, o que pode vir a ser viável com esse tipo de motor", confirma o astrônomo Peter Leroy, professor do departamento de Física da PUC Minas.

Dobra espacial?

Algumas pessoas chegaram a afirmar que o EMDrive poderia trabalhar com as chamadas dobras espaciais, tal qual a nave Enterprise, do filme Jornada nas Estrelas. Ou seja, cria-se uma espécie de "bolha" envolta da nave, que a faria se deslocar pelo espaço com velocidades inimagináveis, sem se preocupar com distância ou tempo.

Porém, de acordo com o professor Peter Leroy, a ideia é inconcebível para esse tipo de motor. "A Nasa, realmente, fez um teste com o EMDrive e parece ser viável, no futuro, para longas viagens espaciais. Mas, isso não tem nada a ver com a dobra espacial. Esta, exigiria uma quantidade de energia infinita. E, para tanto, teria de ser usada a chamada energia negativa ou antimatéria [em tese, o universo possui a mesma quantidade de massa real e de massa negativa ou antimatéria]", explica o especialista.

Ainda segundo o físico, com os motores de dobras espaciais, o homem poderia chegar em Alfa Centauri (estrela mais brilhante da constelação de Centauro), que está localizada a 40 trilhões de quilômetros da Terra, em apenas uma semana. Com um veículo espacial comum, usado nos dias de hoje, esse tempo se elevaria para 400 mil anos. "O motor de dobra é o sonho de todas as pessoas que amam Jornada nas Estrelas [filme]. Não é uma coisa imediata, para daqui 10 anos. Vai levar tempo", prevê Peter.

Utilidades

Apesar de refutar a possibilidade da dobra espacial, o professor da PUC Minas considera o EMDrive uma grande aquisição. "Não existem naves espaciais voando sem combustível. Se você conseguir um motor capaz de mover a nave usando energia eletromagnética, seria incrível. Sem contar as velocidades possíveis, que seriam bem altas, já que você não existe atrito no espaço", destaca o físico. No entanto, ele alerta que o uso do eletromagnetismo não faria com que uma espaçonave chegasse à velocidade da luz (que é de 300 mil quilômetros por segundo).

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade