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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Conhece o medo de falar, ou mutismo seletivo?

Caso de inglesa que não consegue se comunicar verbalmente nem com a própria mãe vem chamando a atenção para esse distúrbio psicológico


postado em 21/07/2015 15:59 / atualizado em 22/07/2015 09:09

Sabrina Branwood (dir.), de 35 anos, sofre de fobia em falar, ou mutismo seletivo. A inglesa não consegue se expressar nem com a própria mãe(foto: Bbc.co.uk/Reprodução)
Sabrina Branwood (dir.), de 35 anos, sofre de fobia em falar, ou mutismo seletivo. A inglesa não consegue se expressar nem com a própria mãe (foto: Bbc.co.uk/Reprodução)
Você já deve ter ouvido falar da claustrofobia (medo de lugares fechados), aracnofobia (medo de aranha), acrofobia (medo de lugares altos) e outras tantas fobias. Mas, e o medo irracional de falar? Trata-se do mutismo seletivo, distúrbio psicológico que afeta a inglesa Sabrina Elizabeth Caine-Branwood, de 35 anos, desde a infância. Isso a impede de conversar com determinadas pessoas, ou proferir palavras em certas ocasiões. Hoje, ela depende da família e de um aplicativo em seu tablet para se comunicar.

O mutismo seletivo é mais comum na infância. As estimativas atuais apontam que uma em cada 150 crianças, no Reino Unido, sofre com o problema. No Brasil, não há uma pesquisa específica, mas a psicoterapeuta Maria Luíza Rocha afirma que a taxa é maior do que as pessoas imaginam. "Os pais se questionam porque na presença de certas pessoas, a crianças trava. O comportamento dela muda porque ela se sente ameaçada", explica a especialista.

Esse distúrbio psicológico pode estar relacionado à baixa auto-estima, elevada timidez, ansiedade e a traumas sofridos na infância. Ficar calado não é uma escolha de quem sofre dessa situação. A pessoa é incapaz de se comunicar verbalmente. Os sintomas em crianças incluem nervosismo, teimosia e até mesmo comportamentos agressivos. Elas também podem ficar paralisadas.

"Ela se torna muda naquele assunto, que não quer revelar por algum motivo. Pode ser uma pessoa que ofereça ameaça, ou alguma experiência traumatizante. Ela não consegue se expressar", diz a psicoterapeuta. No entanto, se a criança "trava" na presença do próprio pai, não significa que ele a tenha mal-tratado ou cometido algum abuso. Às vezes, pode ser por uma associação que a criança faz pelo tom de voz, gestos ou por qualquer outro motivo.

Tratamento

A ludoterapia é uma técnica psicoterápica de abordagem infantil baseada no conceito de que a brincadeira é um meio natural para as crianças se expressarem. Esse método é muito utilizado para acompanhar pessoas com fobia de falar. Por meio de desenhos, jogos, fantoches, é esperado que o paciente recupere a auto-estima e modifique a percepção acerca das pessoas.

"A criança não vai, necessariamente, falar para você que está vivenciando tal situação. Mas, ela pega um fantoche e um bonequinho e vai contando uma história. Às vezes, é mais fácil para a criança formar uma família de bichinhos do que de boneco, porque estes são muito parecidos com os humanos", destaca Maria Luíza Rocha.

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