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Estado de Minas PESQUISA

Funed usa veneno de cascavel contra o estrabismo

O medicamento injetável deverá chegar ao mercado em até cinco anos


postado em 06/07/2015 11:20

Pesquisadores mineiros criam medicamento contra o estrabismo a partir da toxina da cascavel sul-americana(foto: Pixabay)
Pesquisadores mineiros criam medicamento contra o estrabismo a partir da toxina da cascavel sul-americana (foto: Pixabay)
Pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) estão desenvolvendo um medicamento à base de veneno de cascavel que poderá ser usado para o tratamento do estrabismo. A previsão é que o novo medicamento poderá ser uma opção alternativa eficiente, segura e com menor custo para atender o Sistema Único de Saúde (SUS).

Como o movimento dos olhos é controlado por músculos que precisam agir em perfeito equilíbrio e sincronia, alguns fatores podem comprometer esse funcionamento e provocar o estrabismo, um distúrbio que afeta o paralelismo entre os dois olhos. Quando não tratado, o problema pode se agravar, levando à ambliopia, que é a diminuição da visão em um ou em ambos os olhos. A perda da visão ocorre porque o indivíduo acaba desenvolvendo preferência por um dos olhos.

Um dos tratamentos para o problema é a aplicação periódica de toxina botulínica, mais conhecida como Botox. Ela causa uma paralisia transitória do músculo e, com isso, um relaxamento muscular parcial. Esse efeito é muito importante no tratamento do estrabismo porque ajuda a restaurar o equilíbrio nos músculos que controlam o movimento dos olhos.

O estrabismo ocorre quando os músculos dos olhos deixam de agir em perfeito equilíbrio e sincronia(foto: Pixabay)
O estrabismo ocorre quando os músculos dos olhos deixam de agir em perfeito equilíbrio e sincronia (foto: Pixabay)


Outra toxina

O projeto de pesquisa da Funed traz uma alternativa para o uso da toxina botulínica, com a crotoxina, principal toxina do veneno da cascavel sul-americana, que age como bloqueador neuromuscular, efeito semelhante ao do Botox. Além disso, apresenta uma série de vantagens, entre elas, os efeitos parecem ser mais duradouros, tornando as aplicações menos frequentes e contribuindo para a redução do número de aplicações. "Isso representar uma importante economia para o SUS", destaca a pesquisadora Ana Elisa Reis Ferreira, da Funed.

O projeto de pesquisa já resultou em uma formulação: a crotoxina liofilizada, que foi utilizada em testes preliminares em coelhos. "Os ensaios com os animais apresentaram resultados bastante promissores. Os testes de estabilidade estão em andamento para, então, iniciar os testes não-clínico", conta a pesquisadora.

A Funed estima que o medicamento injetável para o tratamento do estrabismo, que depende de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estará disponível para comercialização em cinco anos.

(com Agência Sebrae)

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