Publicidade

Estado de Minas INTERNACIONAL

Charge do jornal francês Charlie Hebdo causa revolta na internet

Pouco mais de um ano após atentado, periódico satírico faz crítica a refugiados, e é chamado de racista por internautas


postado em 15/01/2016 13:08

Charge do Charlie Hebdo sobre o 'futuro' do pequeno refugiado Aylan Kurdi, de 5 anos, que faleceu tentando chegar à Turquia em 2015, gerou revolta na internet(foto: Twitter/Reprodução)
Charge do Charlie Hebdo sobre o 'futuro' do pequeno refugiado Aylan Kurdi, de 5 anos, que faleceu tentando chegar à Turquia em 2015, gerou revolta na internet (foto: Twitter/Reprodução)
Em janeiro de 2015, o mundo ficou chocado com o atentado terrorista cometido contra a redação do jornal francês Charlie Hebdo, que acabou vitimando 12 pessoas, sendo 11 integrantes da equipe do periódico satírico. Pouco mais de um ano depois, o jornal publica uma charge associando o pequeno refugiado sírio Aylan Kurdi, que morreu tentando chegar à Turquia em setembro de 2015, aos imigrantes que teriam atacado mulheres na Alemanha, durante o Ano Novo.

"O que seria do futuro do pequeno Aylan se ele tivesse crescido? Apalpador de bundas na Alemanha", diz o texto da charge publicada na última edição do Charlie Hebdo, e que ocupa metade de uma página. Logo que se tornou pública, essa imagem gerou revolta na internet. Muitos usuários disseram que a publicação teria passado dos limites e que essa atitude seria racista.

A charge foi feita pelo cartunista e diretor do jornal, Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, que se baseou no alerta lançado na Alemanha após uma série de abusos sexuais que teriam sido cometidos por refugiados durante as festas de final de ano.

"É nojento, e vamos ignorar", diz Tima Kurdi, tia de Aylan, em sua conta no Twitter. Em entrevista à rede de televisão CBC, de Vancouver (Canadá), onde mora, ela pede que o sofrimento da família seja respeitado. "Desejo que as pessoas respeitem a dor da nossa família, que não é mais a mesma desde a tragédia", desabafa Kurdi.

O polêmico jornal, que mudou sua sede em Paris, após o atentado de 2015, não quis comentar o assunto.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade