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Estado de Minas ASTRONOMIA

Plutão pode ocultar oceano subterrâneo

Estudo encontra vestígios de um oceano congelado no subsolo do planeta anão


postado em 28/06/2016 08:20

(foto: NASA/New Horizons/Reprodução)
(foto: NASA/New Horizons/Reprodução)
A sonda espacial não tripulada New Horizons, da Nasa, tem transmitido informações surpreendentes sobre Plutão. A nave foi lançada em 2006 com o objetivo de estudar o planeta anão e os extremos do sistema solar.

Alguns cientistas não tinham muita expectativa sobre o planeta – por ser muito pequeno, remoto e tectonicamente inativo para ter características interessantes. O resultado do estudo, no entanto, excedeu as expectativas.

As fotos mais recentes, tiradas de perto, revelaram características bizarras, inexistentes em qualquer outro planeta do nosso Sistema Solar, incluindo montanhas com textura de escamas de dragão, que a Nasa descreve como áreas "grosseiramente escavadas" pelo gelo de nitrogênio.

Uma nova pesquisa sugere que Plutão pode ocultar um oceano subterrâneo. "Graças aos dados incríveis [da New Horizons], podemos observar as características tectônicas na superfície de Plutão e atualizar nosso modelo de evolução térmica com os novos dados", diz Noah Hammond, doutorando e pesquisador da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, em comunicado à imprensa.

O modelo estudado por Hammond indica que uma das características únicas de Plutão são as gargantas que se estendem por centenas de quilômetros, formadas devido à expansão da crosta do planeta. "Um oceano no subsolo que estivesse lentamente congelando poderia ter causado esse tipo de expansão", completa o pesquisador.

Teoricamente, como o oceano continua congelando, ele irá, eventualmente, formar uma estrutura densa chamada Ice II (Gelo ll). Se isso ocorrer, a superfície de Plutão deve mostrar sinais de fraturas por compressão, mas estes ainda não foram encontrados. "Nós não vemos as coisas na superfície que podíamos esperar se tivesse havido uma contração globa. Então, podemos concluir que o Ice II não se formou e, portanto, o oceano não foi completamente congelado", completa Noah Hammond.

As bolsas de nitrogênio na superfície do planeta também podem indicar que o oceano pode ser relativamente quente, debaixo de uma camada superior de gelo.

Tendo em conta a distância de Plutão do Sol, a presença da água líquida é vista como altamente improvável. Mas se ela existir no planeta, sustentada pelas altas temperaturas de seu núcleo, então, oceanos líquidos podem ser muito mais comuns do que se pensava anteriormente.

"Para mim é incrível. A possibilidade de podermos ter vastos ambientes de água líquida em Plutão, tão longe do sol, e que o mesmo possa ser possível em outros corpos celestes da Cintura de Kuiper [região do sistema solar próxima a Plutão] é absolutamente incrível", finaliza Hammond.

(com Agência Brasil e Agência Sputnik)

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