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Estado de Minas BEM-ESTAR

Dietas restritivas levam ao ganho de peso a longo prazo

Segundo uma nutricionista, o cérebro não entende esse tipo de regime forçado


postado em 10/10/2016 10:07

Como mostra a nutricionista, não adianta criar uma alimentação restritiva para emagrecer, já que o cérebro não entende essa intenção e faz o corpo voltar a engordar, posteriormente(foto: Pixabay)
Como mostra a nutricionista, não adianta criar uma alimentação restritiva para emagrecer, já que o cérebro não entende essa intenção e faz o corpo voltar a engordar, posteriormente (foto: Pixabay)
Com uma abordagem inédita, a nutricionista Sophie Deram, doutoranda da Faculdade de Medicina da USP, analisou as pesquisas feitas sobre dietas restritivas e chegou à conclusão de que os famosos regimes podem até funcionar no começo, mas cerca de 90% ou 95% das pessoas voltam ao peso inicial, ou até o ultrapassam em longo prazo. Essa conclusão faz parte do livro lançado pela pesquisadora da USP.

"O seu cérebro não percebe a perda de peso como um sucesso de beleza; percebe como um grande perigo, e por isso, desenvolve mecanismos de adaptação para proteger você", explica Sophie. A nutricionista ainda alerta sobre o perigo das dietas e afirma que deixar de fazê-las é o caminho para viver com qualidade de vida e com o peso saudável. Ou seja, não é preciso cortar o glúten ou se alimentar apenas de proteínas.

Partindo do estudo da nutrigenômica, a ciência que trata de como os alimentos conversam com nossos genes, a pesquisadora apresenta um método científico e revolucionário, em que a contagem de calorias e as restrições alimentares radicais ficam proibidas.

O livro traz "sete segredos" para emagrecer de forma sustentável e resgatar o prazer de comer alimentos verdadeiros. Ao final da obra, há uma seção de dicas sobre como organizar o dia a dia na cozinha, com mais de 50 receitas. O leitor se surpreende com receitas como bisteca de porco com shoyu e arroz, que, numa refeição extremamente restrita, seria impensável. Sophie Deram diz que a ideia é mostrar "o quanto é importante escutar o corpo e não obrigá-lo a seguir numa direção que ele não quer".

Segundo a pesquisadora, estamos cada vez mais em guerra com o corpo. "Em vez de cuidar dele da melhor maneira possível, tentamos obrigá-lo a seguir numa direção que ele muitas vezes não quer ir, porque ele sabe que não é a direção mais saudável", explica.

Francesa naturalizada brasileira, Sophie diz que escreveu o livro com o objetivo de trazer uma reflexão à sociedade sobre os riscos à saúde provocados por regimes alimentares restritivos, além de fornecer orientações aos pais como subsídio na educação dos filhos. "As crianças consideram difícil ter uma alimentação normal e variada. Se sentem culpadas ao cometer alguns excessos em dias de festa, ir a um fast food de vez em quando ou comer uma fatia de pizza ou de bolo" , comenta a nutricionista, que também defende o consumo de alimentos saudáveis e o resgate da culinária familiar.

(com Jornal da USP)

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