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Estado de Minas CIDADES

Depois das capivaras, agora, morcegos contaminados com raiva ameaçam Belo Horizonte

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, oito animais já foram encontrados com o vírus


postado em 04/11/2016 08:33

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirma que oito morcegos foram encontrados contaminados pelo vírus da raiva na capital mineira(foto: Brock Fenton/Divulgação)
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirma que oito morcegos foram encontrados contaminados pelo vírus da raiva na capital mineira (foto: Brock Fenton/Divulgação)
Depois da polêmica envolvendo as capivaras na lagoa da Pampulha, que se mostraram hospedeiras do carrapato estrela (transmissor da febre maculosa), agora é a vez dos morcegos se tornarem o centro das atenções em Belo Horizonte. Este ano, oito destes mamíferos alados já foram identificados com o vírus da raiva na capital, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Dois deles foram encontrados mortos no bairro Cidade Jardim, sendo um na sede do Ibama, na avenida do Contorno.

Os resultados positivos foram confirmados pelo Centro de Controle de Zoonoses da capital. Ainda de acordo com a SMSA, Belo Horizonte não registra casos humanos de raiva desde 1984. "No entanto, há registros de morcegos não hematófagos infectados com o vírus da raiva desde 2004, ano em que foi implantada a vigilância de quirópteros [animais com membros em forma de asas com membrana] no município", diz a nota enviada à Encontro pelo órgão municipal.

A raiva é uma doença transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e nas secreções do animal infectado, principalmente por meio da mordida. Os morcegos infectados na capital não são hematófagos. Portanto, a transmissão da doença para humanos se torna mais difícil, porém, não pode ser descartada. "Se a pessoa manusear o bicho, ela pode se infectar. Mas, não é uma situação comum", afirma a bióloga Maria Clara Nascimento Costa.

Para evitar a infecção, a especialista alerta que não se deve ter contato com o animal, porque existe o risco de o morcego morder a pessoa, como uma forma natural de defesa. A recomendação é entrar em contato com a Zoonoses, mesmo se encontrar o bicho morto, para saber como proceder. "Se, por acaso, acontecer um acidente e você for arranhado ou mordido, deve procurar imediatamente um pronto-atendimento", destaca a bióloga.

Dependendo da avaliação médica, pode ser necessária a aplicação da vacina humana antirrábica, associada ou não à aplicação de soro intravenoso.  De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, este é o único meio eficiente para evitar o risco de morte dos pacientes infectados pelo vírus da raiva.

Faltam vacinas

A capital mineira, no entanto, tem recebido uma quantidade de vacinas humanas inferior ao necessário. No mês de setembro, a SMSA esperava receber 2,5 mil doses, mas, só foram repassadas 490. No dia 14 de outubro, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) recebeu mais 200 doses, chegando a 530 no mês. Todas já foram utilizadas, conforme a nota da secretaria de saúde.

As vacinas antirrábica são distribuidas pelo Ministério da Saúde à Secretaria de Estado da Saúde, que, por sua vez, repassa aos municípios.

Prevenção

A PBH realiza ações de prevenção da raiva animal com a campanha anual de vacinação de cães e gatos. Quem não tiver levado seu pet para receber a vacina no dia da mobilização, pode levá-lo na Zoonoses, onde é feita a vacinação durante todo o ano. Ela funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na rua Edna Quintel 174, bairro São Bernardo, região norte da capital.

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