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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

As chuvas trazem de volta uma dúvida: as bromélias são viveiros do mosquito Aedes aegypti?

Essas plantas são famosas por serem capazes de armazenar água. Mas, será que apresentam perigo para a dengue?


postado em 18/01/2017 13:02

Apesar de armazenarem água, as bromélias não representam um risco para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, febre amarela, zika e chikungunya(foto: Pixabay)
Apesar de armazenarem água, as bromélias não representam um risco para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, febre amarela, zika e chikungunya (foto: Pixabay)
Todo cuidado é pouco em relação à dengue. O vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti já fez centenas de vítimas em todo o país. Só em Minas Gerais, no último ano, foram registrados mais de 528 mil casos suspeitos da doença e 255 mortes. Com tratamento baseado apenas no alívio dos sintomas, a principal forma de combate à dengue ainda é a eliminação dos criadouros do mosquito vetor, que também é responsável pela transmissão do zika vírus e da febre chikungunya.

Qualquer acúmulo de água pode ser um possível foco de proliferação, já que o mosquito se reproduz apenas em água parada. Neste contexto, as bromélias, plantas ornamentais tropicais muito comuns em várias regiões do Brasil, vêm sendo injustamente apontadas como responsáveis por propagar a doença. Com mais de 3,2 mil espécies, as bromélias caracterizam-se pelo agrupamento de suas folhas em formato circular provocando uma retenção de água no centro da planta, o que faz com que as pessoas acreditem que esse é um local adequado para as larvas do mosquito. Porém, uma pesquisa realizada pelo Instituto Osvaldo Cruz, da Fiocruz, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), desmistificou esta crença.

O estudo, desenvolvido pelo biólogo Marcio Mocelin, avaliou 156 bromélias durante um ano inteiro. Apenas 0,07% de um total de 2.816 formas imaturas de mosquitos, coletadas nas bromélias durante esse período, correspondiam ao Aedes aegypti. Sendo que no mês de abril de 2016, período em que houve a maior taxa de captura, das 376 formas imaturas encontradas nas bromélias, apenas dois exemplares eram equivalentes ao gênero Aedes.

Para Bruno José Esperança, diretor da floricultura Esalflores, as bromélias não apresentam perigo. "Algumas pessoas têm resistência, mas sempre esclarecemos estas informações. Atuamos há 20 anos no segmento e nunca foi relatado qualquer caso de foco de mosquito por nossos consumidores", afirma o empresário.

Além disso, Bruno detalha que a água acumulada pelas bromélias funciona como um reservatório de nutrientes e é constantemente absorvido pela planta. "Isso difere a água acumulada pela bromélia da água parada em recipientes artificiais, assegurando que elas não são uma ameaça. O monitoramento deve predominar nos focos já conhecidos, como caixas d'água, garrafas e pneus", comenta o comerciante.

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