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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Parque Estadual do Rola-Moça ainda sofre com incêndios criminosos

A área de proteção ambiental voltou a ser vítima de queimadas, mas foi salva pela ação rápida dos brigadistas


postado em 25/08/2017 15:55

Segundo a Associação Mineira de Defesa do Ambiente, um incêndio criminoso chegou a destruir seis hectares do parque estadual da Serra do Rola-Moça na quinta, dia 24 de agosto(foto: Facebook/AmdaMinasGerais/Reprodução)
Segundo a Associação Mineira de Defesa do Ambiente, um incêndio criminoso chegou a destruir seis hectares do parque estadual da Serra do Rola-Moça na quinta, dia 24 de agosto (foto: Facebook/AmdaMinasGerais/Reprodução)
Segundo informações da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), o parque estadual da Serra do Rola Moça, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte, voltou a sofrer com incêndios na quinta-feira, dia 24 de agosto. A Amda denuncia que a origem do fogo seria criminosa, e que a estimativa é de que o incêndio tenha destruído seis hectares da unidade de conservação.

O Rola Moça é o terceiro maior parque em área urbana do país, abriga mananciais que abastecem a capital mineira e protege espécies ameaçadas e endêmicas da fauna e flora, além de ser marcado por paisagens belas e diversificadas. Testemunhas ouvidas pla Amda afirmam que avistaram uma mulher ateando fogo no limite do bairro Jardim Canadá com uma área natural de propriedade da mineradora Vale, contígua ao parque. O local é utilizado como depósito irregular de lixo e a queima de resíduos é frequente, conforme a associação ambientalista.

O fogo atingiu uma área de encosta extremamente íngreme, ocupada por canelas-de-ema, planta típica da região do parque, que possui um tipo de resina que dificulta ainda mais o trabalho dos brigadistas. "Nem cabrito consegue subir onde os brigadistas foram para apagar o incêndio. É ato de heroísmo mesmo. Se o fogo adentrasse a noite, o combate seria impossível em função da segurança e ele se espalharia feito rastilho, com grande chance de se tornar incontrolável", comenta Dalce Ricas, superintendente da Amda, que também atuou como brigadista.

Para ela, é preciso que o Instituto Estadual de Florestas (IEF), responsável pela gestão do parque, adote medidas preventivas mais rigorosas em relação às queimadas. "A origem de 95% dos incêndios que acontecem no parque se iniciam nos limites dele com áreas urbanas, nos bairros Jardim Canadá, em Nova Lima, em bairros de Belo Horizonte e no município de Ibirité, cuja expansão urbana ameaça cada vez mais a integridade do Rola Moça. Mas, ancorado no questionável princípio de autonomia dos municípios, o estado lava as mãos para o assunto. Grande parte da zona de amortecimento do parque, que por lei restringe atividades de parcelamento do solo, continua sendo ocupada por empreendimentos imobiliários", reclama Dalce Ricas.

A presidente da Amda se juntou a outros brigadistas voluntários e às equipes de brigadas profissionais da Amda, do IEF, da PrevIncêndio, da Copasa, do Instituto Casa Branca, da Brigada 1 e do condomínio Retiro das Pedras. O combate contou ainda com apoio de dois caminhões pipa enviados pelas empresas Vale e Vallourec, um helicóptero para auxiliar o transporte dos brigadistas e dois aviões de lançamento de água.

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