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Estado de Minas BRASIL

Fiocruz inicia pesquisa de eficácia de inseticidas contra o Aedes aegypti

O estudo serve para identificar os pesticidas mais eficazes e evitar a resistência do mosquito ao veneno


postado em 29/11/2017 14:10 / atualizado em 29/11/2017 14:27

(foto: Marcos Santos/Jornal da USP/Divulgação)
(foto: Marcos Santos/Jornal da USP/Divulgação)
Uma pesquisa que está sendo feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) quer saber qual é a eficácia de inseticidas no combate ao mosquito Aedes Aegypti. A instituição começou a coletar ovos do mosquito em diversos municípios brasileiros. As amostras serão colhidas até março de 2018 em 145 cidades do país, incluindo as capitais. Ao todo, serão espalhadas nessas localidades 20 mil armadilhas para coleta. Segundo a Fiocruz, a escolha dos locais levou em conta o interesse do Ministério da Saúde em ter informações que representem a situação de infestação do vetor em todo o Brasil.

"O ministério queria como se fosse uma fotografia do Brasil em relação à resistência aos dois inseticidas que estão sendo usados, que é o malathion, para uso em mosquitos adultos, e o pyriproxyfen, para o controle de larvas. Essa distribuição foi meio geográfica porque o ministério queria fazer uma cobertura do país", comenta José Bento Pereira Lima, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e líder da pesquisa, em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com o chefe do Laboratório do IOC, a cada quatro anos o Ministério da Saúde realiza a troca dos tipos de inseticidas para evitar a resistência do Aedes aegypti. A intenção é tornar mais frequentes as análises de manutenção da eficácia dos produtos.

O pesquisador acrescentou que, no passado, isso não era feito e foi detectado que várias populações do mosquito estavam resistentes aos produtos que vinham sendo utilizados por períodos mais longos de até 30 anos.

"Uma coisa que o ministério vem pensando é fazer pesquisa, não com esta proporção toda, mas, pelo menos em pontos estratégicos como as capitais e outras cidades, para manter a avaliação continuamente. Isso é importante para saber se, em caso de troca do inseticida, as populações de mosquitos são sensíveis ao pesticida que vai ser usado e se é eficiente", afirma José Lima.

Conclusão

O relatório com as conclusões do estudo, que tem cláusula de confidencialidade, só deve ficar pronto entre agosto e setembro de 2018, quando será encaminhado ao Ministério da Saúde.

"De posse do resultado, ele tem suporte para tomar decisões, se permanece com o inseticida ou se faz a troca", comenta o pesqusiador do IOC.

A metodologia empregada pela instituição é a preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os agentes de endemias que fazem a coleta passaram por um treinamento que incluiu um vídeo com explicações de como deve ser feita a instalação das armadilhas, o armazenamento das amostras e envio do material para o laboratório.

José Lima lembra que a principal medida de controle do Aedes Aegypti é a eliminação dos criadouros em locais onde o mosquito deposita os ovos. Os inseticidas são recomendados como estratégia complementar, em situações específicas. Ele diz ainda que o uso indiscriminado inviabiliza a eficácia do uso desses produtos.

(com Agência Brasil)

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