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Estado de Minas ECONOMIA

Veja alguns mitos e verdades sobre o sistema financeiro

Será que o banco sempre oferece a melhor opção de investimento?


postado em 12/12/2017 14:05 / atualizado em 12/12/2017 14:35

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Mexer com dinheiro não é uma coisa fácil. Poucas pessoas têm conhecimento – e mesmo coragem – para investir qualquer quantia que seja, tanto em ações, quanto em títulos do governo.

Para ajudar aqueles que têm dúvidas sobre o sistema financeiro, o economista Eduardo Moreira, autor do livro O que os Donos do Poder Não Querem que Você Saiba, da Editora Alaúde, aproveita para comentar cinco mitos e verdades sobre esse tema delicado:

O investimento sugerido pelo banco é mesmo o melhor
Verdade. Segundo o especialista, em quase todos os casos, a pessoa que o atende no banco ou corretora tem sua remuneração vinculada ao lucro que gerou ao lhe vender o produto. "Isso mesmo: os dois sistemas mais comuns de remuneração vigentes nos bancos e corretoras são o de metas e o de comissões. Quanto mais rentável para o banco for o produto, mais o gerente ganha no final do mês por vendê-lo. Isso faz com que os gerentes vendam sempre os produtos que os fazem bater a meta estipulada pelo banco, ou aqueles que geram um maior lucro para o banco, e não para você".

Vale a pena investir em títulos de capitalização
Mito. Títulos de capitalização são sorteios, como as loterias, só que com prêmios bem menores. "Títulos de capitalização deveriam ser proibidos por lei de serem vendidos da forma como o são, ou seja, como um investimento. Se, em vez de comprar títulos de capitalização, você investir o dinheiro em títulos do governo e fizer suas apostas toda semana diretamente na loteria federal, por exemplo, seu dinheiro renderá mais, e, caso você ganhe o sorteio, o prêmio será muito melhor do que as migalhas que o banco vai te dar. Não gaste sua sorte por tão pouco", afirma Eduardo Moreira.

Se o banco fechar, os correntistas perderão dinheiro
Verdade. Quando você coloca seu dinheiro em um banco, imagina que o risco de perder o dinheiro é igual ao risco de o banco quebrar, mas, na maioria das vezes, esse raciocínio é equivocado. O economista explica que os bancos são apenas grandes cofres. Além disso, se o dinheiro está parado na conta corrente, sem estar aplicado e o banco quebrar, você perde esse dinheiro. "Portanto, deveria sempre buscar o banco de maior solidez, que não necessariamente é aquele que faz mais propaganda. No entanto, na maior parte do tempo, seu dinheiro não está parado na conta corrente, mas aplicado em algum investimento. E em boa parte desses casos, pouca diferença faz o banco em que você está: importa mesmo o investimento em si", comenta o especialista.

Os bancos têm diversos tipos de investimento
Mito. "Só existem dois tipos de investimentos", afirma Eduardo. Segundo ele, todas as opções que você acha que tem à disposição são, na verdade, ações ou dívidas (títulos). "Claro, elas recebem dos bancos diversas embalagens diferentes para parecer que você tem dezenas de alternativas e numa delas deve residir o 'cálice sagrado' para te deixar rico da noite para o dia. A rigor, ou você está comprando um título de dívida, ou está comprando uma participação societária em uma empresa, as ações".

A rentabilidade do dinheiro equivale ao que você investiu
Mito. "A rentabilidade do seu dinheiro não é a que você pensa que é. Costumamos analisar a rentabilidade de nosso dinheiro nos bancos ao comparar quanto temos aplicado nos fundos de investimento em relação ao quanto investimos inicialmente. E é assim que os bancos querem que vejamos. Só que, na verdade, deveríamos ver o quanto colocamos de dinheiro inicialmente na conta corrente do banco e o quanto temos hoje, no total, e não somente nos investimentos", esclarece o economista. Ele lembra que os bancos cobram tarifas dos clientes diretamente na conta corrente. "E, curiosamente, as pessoas não descontam esses gastos daquilo que ganharam nos investimentos. Deveriam, pois, quando o fizerem, vão perceber que provavelmente estariam bem servidos guardando dinheiro no colchão do que deixando no banco".

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