
saiba mais
Foto de garoto com os cabelos congelados viraliza e comove a internet
Anvisa libera mais dois novos testes caseiros para detecção da Aids
Brasil passa a ter a campanha Dezembro Vermelho, de prevenção da Aids
Edson Fachin é favorável à doação de sangue por homossexuais
Febre amarela faz governo mudar regras para doação de sangue
"Tá, fazendo um esforço enorme, relevando um milhão de coisas, entendi: no joguinho, quem tira a cartinha do HIV positivo não pode doar sangue. Ok. Mas não consigo compreender o porquê desta abordagem, de gosto tenebroso", comenta Felipe Held na publicação que fez no Facebook sobre o jogo da Fundação Pró-Sangue, e que vem gerando polêmica na internet. O post já conta com mais de 790 interações e 275 compartilhamentos.
Entre as normas do Ministério da Saúde que impedem a doação, consta a presença de doenças transmissíveis pelo sangue, como as hepatites B e C e a Aids. O próprio empresário paulista reconhece a importância de se conscientizar as pessoas sobre o ato de doar sangue, mas não aceita o fato de o jogo de tabuleiro trazer uma carta que acaba discriminando, mesmo que indiretamente. "Imagine uma criança HIV positivo jogando este jogo? Ou alguém que possui parente, amigo ou conhecido que é portador do vírus? Ou um adulto portador do vírus? Que mensagem a pessoa recebe com isso? 'Perdi? O jogo acabou para mim?' A troco de quê alguém faz isso, gente?", reclama Felipe na rede social.
Em comunicado enviado à imprensa, a Fundação Pró-Sangue diz que lamenta o ocorrido e pede desculpas por possíveis ofensas. "O jogo de tabuleiro citado foi desenvolvido pela presidente da CIPA, Adriana Debes, para ser distribuído para os colaboradores da instituição. Em virtude do número excedente de jogos, foi adaptado para ser entregue aos doadores com o objetivo de reforçar os requisitos básicos para doação, como por exemplo: 'Você fez um piercing ou tatuagem, ou ainda maquiagem definitiva. Recue 3 casas'. Vale ressaltar que estes requisitos seguem a legislação", diz o texto.
Já em relação à polêmica carta de ação negativa, que fala sobre a pessoa soropositiva, e que diz que o "jogo acabou", o comunicado esclarece que a responsável pelo conteúdo queria apenas mostrar a "sequência do jogo que se torna interrompida, já que a chegada ou vitória é a doação de sangue".
Ainda assim, muitos internautas concordaram com Felipe Held e criticaram o jogo de tabuleiro distribuído pela instituição que há 30 anos fornece sangue para hospitais e clínicas. "O jogo é irresponsável, insensível, se não, discriminatório. Acho que o caso vale uma reclamação formal", diz o usuário Augusto Menna Barreto, no Facebook. "Nossa, realmente, uma abordagem horrível! Mas, é uma iniciativa do HC [Hospital das Clínicas] mesmo ou de Ong's voluntárias? Tem o logo da acessoria do HC nesse kit? Não faz diferença no impacto negativo ao paciente mas queria entender de onde surgiu a péssima iniciativa", comenta Lívia Rossetti de Abreu e Lima. "O que me espanta é que, provavelmente, ninguém no processo de aprovação da ideia questionou o mau gosto da peça", afirma Fernando Teixeira. "Realmente não sabemos o que se passa na cabeça desses seres humanos", reclama Magnus Meira Silva, na mesma rede social.
Comentários