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Estado de Minas ECONOMIA

Inflação para os mais pobres reduz em janeiro

Segundo o Ipea, preços ficaram apenas 0,23% mais caros no começo do ano


postado em 21/02/2018 17:47 / atualizado em 21/02/2018 17:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de inflação de janeiro ficou menor para a parcela mais pobre da população, atingindo 0,23% nos preços de bens e serviços, enquanto para os mais ricos, a inflação foi maior e atingiu 0,36%. os dados foram divulgados nesta quarta, dia 21 de fevereiro.

De acordo com Maria Andréia Parente Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, responsável pelo estudo, essa tendência de inflação mais baixa para os mais pobres começou em 2017, muito influenciada pelos preços dos alimentos. Diante da perspectiva de aceleração dos preços dos alimentos, os pesquisadores do Ipea esperavam que esse movimento fosse sofrer algum tipo de reversão. "Só que nos dois últimos meses [dezembro de 2017 e janeiro de 2018], mesmo com alta de alimentos, outros preços que têm peso grande no consumo dos mais pobres vieram mais comportados", comenta Maria Andréia, em entrevista para a Agência Brasil.

É o caso de energia elétrica, por exemplo, item que pesa muito mais no orçamento dos mais pobres que no dos mais ricos. Com a retirada da bandeira tarifária, os preços de energia caíram em dezembro e voltaram a cair em janeiro. As tarifas de energia elétrica em janeiro tiveram deflação de 4,3%: "isso impactou mais a inflação dos mais pobres".

A responsável pelo estudo esclarece que esse movimento de desaceleração da inflação dos mais pobres continua no começo do ano, não mais por conta dos alimentos, mas pelas tarifas públicas. "Mas, de qualquer maneira, está fazendo com que a inflação dos mais pobres continue em um patamar bem abaixo dos mais ricos", completa.

Maria Andréia observa, por outro lado, que a inflação dos mais ricos está um pouco mais "amarrada", uma vez que preços de mensalidades escolares e de planos de saúde pesam muito no orçamento dessas famílias de maior renda. "Esses serviços pesam muito no orçamento das famílias mais ricas e não têm caído como os demais itens que compõem a inflação". Isso fez com que a diferença entre os mais pobres e os mais ricos tenha aumentado ao longo do tempo.

No comparativo dos últimos 12 meses, o Ipea constatou que a inflação das famílias de renda muito baixa teve queda maior, caindo de 6%, em 2016, para 2,1%, enquanto para as famílias com renda maior, a inflação diminuiu de 5,5% para 3,7%.

(com Agência Brasil)

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