Publicidade

Estado de Minas CIÊNCIA

Cientistas brasileiros testam com sucesso vacina contra o câncer

O imunizante mostrou resultado no combate ao tumor e teve efeito protetor prolongado


postado em 23/04/2018 11:27 / atualizado em 23/04/2018 11:36

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Apesar de ter inúmeras causas, incluindo genéticas, o câncer pode ser uma das doenças mais difíceis de se prevenir, mas, isto está prestes a mudar. Cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em Campinas (SP), conseguiram desenvolver uma combinação de vacinas contra o cancro que deu resultado positivo e duradouro em testes realizados em cobaias.

O imunizante tem como objetivo induzir o sistema imunológico a combater as células cancerígenas antes que passem desapercebidas e causem um tumor. Esse tipo de estratégia já é conhecida e descrita na literatura médica. Mas, o que os pesquisadores brasileiros do LNBio fizeram foi combinar diversas vacinas e conseguir resultados promissores.

"Nós combinamos vacinas diferentes que fizemos no nosso laboratório, de modo a verificar a sinergia entre elas. Observamos que algumas combinações, além de muito efetivas para eliminar completamente o câncer, também conseguiram prevenir, evitar que os animais testados desenvolvessem um novo câncer", comenta Marcio Chaim Bajgelman, coordenador da pesquisa.

De acordo com o cientista, os camundongos que receberam a vacina conseguiram destruir as células cancerígenas iniciais e mantiveram uma "memória" sobre elas, eliminando-as quando surgiram pela segunda vez. "Administramos novamente células de câncer e verificamos que houve uma proteção duradoura. Essas células não conseguiram se desenvolver e os animais eliminaram a primeira e a segunda levas de células tumorais", diz Chaim.

Ainda segundo o pesquisador, pacientes com câncer, em muitos casos, apresentam recidiva – a volta da doença após o tratamento inicial. Neste caso, o câncer pode voltar mais forte e o medicamento usado inicialmente não surte efeito. "No nosso caso, verificamos a possibilidade de induzir uma resposta duradora que poderia prevenir essa recidiva", afirma.

Vacina

Márcio Chaim explica que, agora, a pesquisa do LNBio está sendo redimensionada para células humanas. O processo, até a aplicação em pacientes, poderá demorar cerca de oito anos. Atualmente, o laboratório fechou parcerias com outras instituições, para o recebimento de célular cancerosas e sangue humano.

"Vamos iniciar ensaios de cultura células com esse material para verificar o benefício da vacina. Uma vez que tenhamos resultados interessantes in vitro, vamos partir para um modelo in vivo", destaca o pesquisador.

(com Agência Brasil)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade