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Estado de Minas SAÚDE

Fumar é o principal fator de risco para câncer de pulmão

A boa notícia é que largar o fumo pode reverter os danos e reduzir a chance de contrair esse tumor


postado em 16/04/2018 14:25 / atualizado em 16/04/2018 14:42

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 31.270 novos casos de câncer no pulmão em 2018. A doença está quase que totalmente relacionada ao hábito de fumar, que é fator de risco também para outros tipos de tumores, como de boca, laringe e faringe.

A oncologista Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia, esclarece que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas típicos do aparelho respiratório, como tosse, falta de ar e dor no peito. "Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença", diz a especialista.

Ainda de acordo com a médica, o tratamento do tumor que afeta os pulmões pode ser feito por meio de cirurgia, quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia e radioterapia. Sempre que possível, o procedimento cirúrgico é realizado na tentativa de se retirar a parte do pulmão acometido pelo cancro. Mas, a oncologista explica que, nos últimos anos, a imunoterapia vem ganhando força. Este procedimento é baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, reativando a resposta imunológica contra esse agente agressor. "Atuando por meio do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações imunoterápicas provocam um aumento da resposta imune, estimulando a atuação dos linfócitos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um corpo estranho", comenta Mariana Laloni.

Principal fator de risco evitável de tumores pulmonares, o tabaco está presente em cigarros, charutos, cachimbos, narguilé e também nos cigarros eletrônicos. E, ao contrário do que muitos usuários destes produtos acreditam, nunca é tarde demais para parar. Segundo a especialista, os benefícios à saúde começam apenas 20 minutos após interromper o vício: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas.

A médica afirma ainda que, em oito horas sem fumar, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui. E, após apenas 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.

A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, conforme Mariana, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Passados 15 anos, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

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