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Estado de Minas BRASIL

Brasil passa a ter certificação de país livre da febre aftosa

Esse título foi obtido por meio da vacinação do rebanho


postado em 24/05/2018 09:20 / atualizado em 24/05/2018 09:28

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Nesta quinta, dia 24 de maio, depois de mais de 50 anos de trabalho na erradicação e prevenção da febre aftosa nos rebanhos, o Brasil passa a ter a certificação da da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de país livre da doença por meio da vacinação. As ações, compartilhadas entre os governos federal e estaduais e o setor privado, incluem a vacinação nos pastos, a vigilância nas fronteiras e a estruturação da rede laboratorial do país.

A maioria dos estados brasileiros já tinha o reconhecimento de zona livre da aftosa com vacinação. Agora, com o novo status sanitário, a comercialização de carnes e animais vivos será facilitada tanto dentro quanto fora do país. "Isso mostra que o Brasil, com um dos maiores rebanhos do mundo, tem se preocupado com as questões sanitárias. Isso passa mais credibilidade e segurança a compradores", comenta Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Segundo ele, a certificação de país livre de aftosa pode, inclusive, agregar valor a outros setores, como o da suinocultura. "Não temos o mesmo risco [de outros países onde o vírus da febre aftosa circula], isso agrega valor muito grande às exportações, os mercados pagam bem melhor. Temos o ganho direto e o indireto", afirma Lucchi.

O Brasil iniciou o combate organizado à febre aftosa ainda na década de 1960, por meio de campanhas de vacinação. A partir dos anos 1990, as estratégias de combate à doença passaram do controle para a erradicação, com a implantação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, que previu a ampla participação do setor privado e a regionalização no combate a doenças, entre outras ações.

A última ocorrência de febre aftosa no Brasil foi em 2006, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, na região de fronteira com o Paraguai. Em 2007, Santa Catarina recebeu o reconhecimento da OIE como livre de febre aftosa sem vacinação. Esse é o próximo status a ser buscado pelo país: gradativamente, retirar a vacinação do rebanho até 2023, para que, até 2026, haja a certificação internacional pela OIE, de país livre de aftosa sem vacinação.

Para Bruno Lucchi, toda a cadeia pecuária brasileira tem ciência do compromisso sanitário: "O produtor rural, ele mesmo já tem internalizado a importância de ter uma condição sanitária melhor. E quem arca com o custo de vacinar o gado é o produtor".

O vírus da aftosa é altamente contagioso. O animal afetado apresenta febre alta, que diminui depois de dois ou três dias. Em seguida, aparecem pequenas bolhas que se rompem, causando ferimentos. O animal deixa de andar e comer e, no caso de bezerros e animais mais novos, pode até morrer. A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção.

O micro-organismo está presente em grande quantidade nas feridas e também pode ser encontrado na saliva, no leite e nas fezes dos animais. A transmissão pode ocorrer por contato direto com outros animais infectados ou por alimentos e objetos contaminados. Calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes também podem transmitir o vírus, que é capaz de sobreviver durante meses em carcaças congeladas.

(com Agência Brasil)

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