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Estado de Minas CIÊNCIA

Pesquisadores criam DIU que previne a infecção por HIV

O implante inibe a reação das células T do sistema imunológico


postado em 15/06/2018 15:48 / atualizado em 15/06/2018 16:23

(foto: Saudefortaleza.com.br/Reprodução)
(foto: Saudefortaleza.com.br/Reprodução)
Cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, criaram um implante vaginal, espécie de DIU (dispositivo intrauterino), que diminui o número de células que podem ser alvo do vírus HIV. Com isso, é reduzida drasticamente a chance de infecção pelo micro-organismo causador da Aids.

Ao contrário dos métodos convencionais de prevenção do HIV, como preservativos ou medicamentos antirretrovirais, o implante aproveita a imunidade natural que algumas pessoas possuem em relação ao vírus da imunodeficiência humana.

Vale lembrar que o causador da Aids infecta o organismo ao corromper as células T, que são usadas pelo sistema imunológico para "atacar" o vírus quando ele entra no corpo da "vítima". Quando as células T permanecem em repouso e não tentam combater o vírus, elas não se tornam infectadas e o patógeno não é transmitido entre as pessoas.

"Sabemos que algumas drogas tomadas por via oral nunca chegam ao trato vaginal, então, esse implante poderia fornecer uma maneira mais confiável de encorajar as células T a não responder à infecção e, portanto, prevenir a transmissão de forma mais confiável e barata", comenta o pesquisador Emmanuel Ho, no artigo que foi publicado no periodico científico Journal of Controlled Release.

"O que ainda não sabemos é se isso pode ser uma opção para prevenir a transmissão do HIV ou se vai ajudar a melhorar outras estratégias de prevenção. Nosso objetivo é responder as perguntas com pesquisas futuras", completa o cientista da Universidade de Waterloo.

O implante criado por Emmanuel Ho foi inspirado em pesquisas anteriores envolvendo profissionais do sexo que vivem no Quênia. No país africano, o cientista, juntamente com o pesquisador Keith Fowke, observaram que muitas mulheres que fizeram sexo com clientes soropositivos não contraíram o vírus. Mais tarde, eles descobriram que essas prostitutas possuíam células T que eram naturalmente condicionadas ao estado de repouso e não davam prosseguimento à infecção.

"Observando isso, nos perguntamos se era possível induzir farmacologicamente essa condição com medicação. Ao direcionar o fármaco exatamente para o ponto necessário, esperamos aumentar as chances de induzir o respouso imunológico", afirma Ho.

O novo implante contra a Aids é composto por um tubo oco e dois braços flexíveis para mantê-lo no lugar, tal qual o DIU usado como método contraceptivo. Ele contém hidroxicloroquina, que é liberada lentamente e absorvida pelas paredes do trato vaginal.

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