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Estado de Minas BRASIL

Presidente do TSE diz que fake news pode até anular eleição

Segundo ministro Luiz Fux, o tribunal está atento aos riscos das notícias falsas


postado em 20/06/2018 10:30 / atualizado em 20/06/2018 10:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Segundo o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a produção e a divulgação de notícias falsas, as chamadas fake news, podem colocar em risco o processo democrático, a ponto de levar à anulação da eleição, caso tenham influenciado significativamente o resultado do pleito. A afirmação foi feita nesta quarta, dia 20 de junho, em Brasília, durante a abertura do seminário Impactos Sociais, Políticos e Econômicos das Fake News – organizado pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel).

"Estamos chegando às eleições, com voto livre, inclusive da desinformação. As fake news poluem o ambiente democrático, com o candidato revelando sua ira contra o outro, em vez de suas próprias qualidades", comenta Fux. Segundo ele, há inclusive a "possibilidade de anulação do pleito, se o resultado das eleições forem fruto dessas notícias falsas".

Para evitar esse tipo de situação, o TSE vai atuar "mais preventivamente do que punitivamente", afirma o presidente do tribunal, após ressaltar que o TSE terá uma atuação relevante no sentido de punir quem divulgar esse tipo de notícia. "Notícia se muito dramática e emocionante muito provavelmente será falsa. É preciso a checagem profunda antes do compartilhamento que acaba difundindo a fake news", completa o ministro.

Luiz Fux diz ter elaborado, com a ajuda de entidades ligadas a marqueteiros, um documento que possibilitará uma colaboração conjunta, também com partidos políticos e órgãos de inteligência, para evitar esse tipo de problema. "No combate às fake news, precisamos de mais certeza e de mais imprensa", conclui.

Para Márcio Novaes, presidente da Abratel, o Whatsapp poderá ser o principal divulgador de fake news nessas eleições, e que ele já tem causado prejuízos à sociedade. Nesse sentido, avalia ser "indiscutível que o papel desempenhado pela radiodifusão continuará sendo de grande relevância".

Ainda conforme o representante do setor de radiodifusão, antes de tudo é preciso compreender que a melhor forma de se combater as fake news "é fazendo um jornalismo de verdade". "Fofocas existiram sempre, mas precisamos estar atentos a esse mal", comenta.

"Antes de tudo, notícia chamada de falsa não poderia ser chamada de notícia porque a verdade é o princípio do jornalismo. Nós contamos com leis que protegem quem informa e nós contamos com leis que protegem quem é informado. Temos o sagrado direito de acesso à informação; temos os crimes de injúria e difamação. Os jornais estão embaixo desse guarda-chuva e seguem o que diz a lei. Como julgar empresas que não têm a obrigação de seguir essa legislação?", diz Novaes ao cobrar a responsabilização "na mesma medida" daqueles que divulgam fake news.

(com Agência Brasil)

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