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Estado de Minas CIÊNCIA

É possível ter chuva e vegetação no deserto do Saara

Isso segundo estudo realizado nos Estado Unidos


postado em 10/09/2018 13:24 / atualizado em 10/09/2018 13:26

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Um estudo publicado recentemente na renomada revista científica Science, revela que a construção de uma enorme usina de energia eólica e solar no deserto do Saara aumentaria a precipitação e, consequentemente, traria de volta a cobertura verde ao maior deserto do mundo.

"Estudos anteriores em modelagem computacional mostraram que fazendas eólicas e solares em larga escala podem produzir mudanças climáticas significativas em escalas continentais", comenta o pesquisador Yan Li, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em comunicado enviado à imprensa. "Mas a incapacidade de prever a resposta da vegetação poderia fazer com que os possíveis impactos climáticos reais sejam muito diferentes do observado no computador. Nós escolhemos o Saara porque é o maior deserto do mundo. É escassamente habitado; é altamente sensível a mudanças no terreno; e é na África, perto da Europa e do Oriente Médio, todos com grandes e crescentes demandas de energia", afirma o cientista.

As usinas eólicas e solares simuladas no estudo abrangeriam uma área de mais de nove milhões de km² e poderiam gerar, em média, três terawatts de energia com os ventos, e 79 terawatts com a radiação do Sol. "Em 2017, a demanda global de energia era de apenas 18 terawatts, então, isso é, obviamente, muito mais energia do que a necessária no mundo todo", diz Yan Li no comunicado.

O modelo computacional descobriu ainda que os parques eólicos causam uma elevação da temperatura do ar próxima da superfície. Com isso, a precipitação também aumentou, em média, 0,25 mm por dia em regiões com instalações de usinas de energia eólica. "Esse aumento na precipitação, por sua vez, leva a um aumento na cobertura vegetal, criando um ciclo de feedback positivo", afirma o pesquisador da Universidade de Illinois.

Ainda conforme a pesquisa, as "fazendas" solares tiveram um efeito positivo semelhante em relação à temperatura e à precipitação.

"Descobrimos que a instalação em larga escala de usinas solares e eólicas pode trazer mais chuva e promover o crescimento da vegetação nessas regiões", comenta a pesquisadora Eugenia Kalnay, da Universidade de Maryland (EUA), co-autora do estudo, no mesmo comunicado à imprensa. "O aumento da precipitação é uma consequência de interações complexas terra-atmosfera que ocorrem porque os painéis solares e as turbinas eólicas criam terrenos mais escuros e duros", completa a cientista.

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