A Black Friday brasileira, em 2019, será na última sexta-feira do mês de novembro, dia 29. O evento, que já se tornou tradicional no país, é inspirado numa antiga iniciativa do comércio dos EUA, que, sempre numa data específica próxima do fim do ano, oferece descontos significativos em diversos produtos e serviços.
Com a proximidade da data, infelizmente, muitas lojas, sobretudo online, costumam aumentar os preços visando oferecer falsos descontos na Black Friday, induzindo os consumidores a acreditarem que realmente estão fazendo um bom negócio, quando, na verdade, estão comprando determinado produto ou serviço por um preço normal, ou, até mesmo, acima do que vale o item.
Por isso, os órgãos de defesa do consumidor constumam intensificar a fiscalização nessa época do ano. É o caso do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, cujo coordenador, Marcelo Barbosa, analisa que a Black Friday "é uma oportunidade para que lojistas provem sua capacidade de manter uma relação comercial transparente com os consumidores, oferecendo descontos reais nos produtos anunciados".
Em entrevista ao site da Assembleia de Minas, ele lembra que a honestidade sempre deve prevalecer. "Nenhum comerciante é obrigado a participar da Black Friday, mas os que participarem devem fazer por merecer a confiança de seus clientes", diz.
Muitos consumidores também enfrentam problemas com a entrega dos produtos comprados durante a Black Friday. Além disso, existe o risco de o consumidor cair no famigerado golpe do site falso, onde criminosos criam páginas de empresas fictícias ou que imitam os de lojas conhecidas. "Qualquer abuso detectado será prontamente combatido com os instrumentos previstos pelo Código de Defesa do Consumidor", afirma Marcelo Barbosa.
Veja dicas do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para evitar problemas na Black Friday:
- Não faça compras por impulso. Analise seu orçamento; reflita se você realmente precisa daquilo; avalie se essa compra não vai desequilibrar suas contas
- Durante as próximas semanas, pesquise a evolução do preço do produto que pretende adquirir, bem como as condições de pagamento disponibilizadas pelos diversos fornecedores. No dia 29, confira se o produto faz parte da Black Friday e compare seu preço com os que você coletou
- Visite estabelecimentos diferentes e compare os preços dos produtos que pretende adquirir
- Confira se o produto que você deseja adquirir existe de fato no estoque da loja. Há registros de casos em que o consumidor comprou um artigo pelo preço promocional mas a loja não entregou alegando falta de estoque. Se isso acontecer, o consumidor tem três opções: exigir o cumprimento forçado da oferta, aceitar um outro produto pelo mesmo preço pago ou ainda receber de volta o dinheiro que pagou
- Muito cuidado com sites falsos. Eles são praticamente idênticos aos originais. Suspeite de ofertas muito tentadoras. Em caso de dúvida, ligue para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa e confira se o preço praticado é aquele mesmo
- Suspeite dos anúncios recebidos por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. Em 2016 o Procon Assembleia detectou em uma rede social a oferta de uma TV por menos da metade do preço normal, supostamente publicada por uma grande loja de varejo. Uma ligação para o SAC da empresa foi o suficiente para comprovar que se tratava de uma fraude
- Evite acessar sites que são enviados por e-mail ou SMS. Se quiser entrar no site de alguma empresa, digite o endereço eletrônico dela no navegador de seu computador. Não entre pelo link fornecido
- Grave todas as telas e comunicações eventualmente realizadas com o fornecedor
- O site da ALMG contém um link para uma lista preparada pela Fundação Procon SP chamada "Evite esses sites", contendo o endereço eletrônico em ordem alfabética, razão social da empresa e número do CNPJ ou CPF, além da condição de "fora do ar" ou "no ar". Essa lista é composta por sites que cometeram fraudes ou que não puderam ser encontrados, quando notificados pelo Procon
- O site deve conter o nome da empresa, endereço físico e demais informações necessárias para que o fornecedor possa ser localizado e contatado. O Procon Assembleia recomenda ligar para confirmar todos os dados
- Algumas ferramentas do Google, como o Google Maps e o Street View, podem ajudar a descobrir se o endereço fornecido no site realmente existe
- Verifique se o site é seguro: no momento da transação, confira se no canto inferior da tela há um cadeado ou chave. Atualize seu programa antivírus, bem como os programas de monitoramento contra spywares e firewall
- Forneça apenas os dados solicitados pelo site durante a transação, nada mais
- Fique atento à reputação do vendedor. Verifique depoimentos, reclamações e as avaliações da empresa. Os sites Reclame Aqui e Consumidor.gov.br são boas fontes para essas informações
- Guarde todos os dados da compra, como o nome do site, produtos pedidos, valor pago, forma de pagamento, data de entrega do produto e número de protocolo da compra ou do pedido, se houver
- Direito de arrependimento: nas compras on-line, o consumidor pode desistir da compra no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço. O fornecedor deve informar, sempre de maneira clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor
- Não faça compras ou qualquer operação bancária utilizando computadores de lan houses ou cybercafés. Eles podem conter programas maliciosos que furtam números de cartões de crédito e senhas
- Não se impressione com aqueles cronômetros enormes em contagem regressiva informando que a promoção está acabando. Isso é apenas uma pressão para que você compre logo, sem pensar muito
- Em caso de reclamação ou dificuldade, procure o Procon de sua cidade
(Com informações do site da Assembleia Legislativa de Minas Gerais)