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Estado de Minas TRÂNSITO

Prefeitura estuda criar áreas com velocidade de 30 km/h em BH

Intenção da PBH é valorizar pedestres, principalmente os idosos, e ciclistas


postado em 17/09/2018 11:56 / atualizado em 17/09/2018 12:53

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da BHTrans, está criando um projeto chamado Zona 30, que visa a criação de vias locais com velocidade máxima de 30 km/h para veículos, priorizando quem anda a pé, de bicicleta ou que possui mobilidade reduzida, principalmente os idosos. De acordo com a PBH, a intenção é reduzir significativamente o número de acidentes nessas vias, "transformando-as em locais mais seguros, com o uso do espaço urbano para uma convivência entre as pessoas, um acesso mais tranquilo a serviços ou um espaço para contemplar a paisagem", informa a prefeitura por meio de comunicado enviado à imprensa.

Eveline Trevisan, coordenadora de Sustentabilidade e Meio-Ambiente da BHTrans, salienta que a implantação do Zona 30 é bom para todos e destaca os benefícios para os idosos: "Eles conseguem fazer a travessia em seu ritmo, circulam na via com mais segurança e ainda usufruem de uma interação maior com outras pessoas".

A especialista explica que para garantir esses benefícios é necessário promover intervenções que caracterizem o espaço público como uma área diferenciada. "Não basta regulamentar a velocidade de 30 km/h. É necessário tratar um conjunto de ruas, em uma região específica, com uma série de medidas combinadas, como, por exemplo, rever o desenho e a ocupação das vias, fazer acréscimos de calçadas nas esquinas, criar sinuosidades no traçado da rua, intercalar a modalidade de estacionamento [45º, 90º e paralelo], instalar rotatórias e travessias elevadas, ocupar espaços com bancos, plantas e até praças", comenta Trevisan.

De acordo com a coordenadora, o conceito principal é garantir com que a velocidade dos veículos se mantenha baixa, invertendo as prioridades no uso da via. "Precisamos desses artifícios urbanos para que os condutores compreendam que estão trafegando em um lugar diferenciado, em que a intenção é preservar a vida das pessoas e oferecer mais qualidade de vida para aqueles que caminham pelas ruas da cidade. E, por isso, a identidade visual também é muito importante", esclarece Eveline.

Tendência

Conforme a PBH, a instalação da Zona 30 segue uma tendência contemporânea, que vem sendo aplicada em diversos países, como Inglaterra, Holanda, França, Áustria, Espanha, Canadá e México. As cidades alemãs de Bremen e Leipzig, com as quais Belo Horizonte mantém uma parceria desde 2012, também são exemplos de instalação de ambientes de restrições amigáveis para os carros para a prioridade da segurança dos pedestres.

Segundo o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento, em 2014, a prefeitura de Nova Iorque (EUA) criou o programa Vision Zero, cuja meta é zerar o número de mortes no trânsito até 2024. Além da redução dos limites de velocidades para 40 km/h, foi adotado o aumento da fiscalização para identificar motoristas que não param para a travessia de pedestre e a instalação de fiscalização eletrônica de velocidade. Em um ano do programa, houve registro de queda de 15% no número de mortes.

No Brasil, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já contam com áreas que tiveram as velocidades dos automóveis limitadas para o uso seguro da circulação de pedestres e dos ciclistas.

Estudos em BH

Em agosto, duas áreas de Belo Horizonte foram alvo de estudos, que por suas características são potencialmente favoráveis à implantação de projeto de Zona 30: a região hospitalar, local de grande circulação de idosos; e em um perímetro de vias do bairro Cachoeirinha, onde se concentram um lar de idosos, uma igreja e três escolas e onde, devido à grande movimentação de pessoas nas vias, pode haver conflitos entre crianças, adolescentes, idosos e automóveis.

Durante a visita no Cachoeirinha, foi possível verificar as questões de segurança relativas ao uso das ruas, inclusive por alunos das escolas no entorno, no horário de término das aulas.

Hoje, os pedestres, sobretudo os idosos, e os ciclistas, mais frágeis na via, aumentam os números de mortos e feridos em batidas e atropelamentos. Segundo um artigo do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, com velocidades baixas, o campo de visão do motorista é ampliado. De acordo com o artigo, isso resultaria em uma maior interação com o ambiente e com as pessoas ao redor, evitando colisões e atropelamentos. "A probabilidade de atropelamentos com mortalidade de pedestres também é drasticamente reduzida: de acordo com a Organização Mundial de Saúde [OMS], a probabilidade de mortalidade de pedestres em impactos a 50 km/h é de 85%, enquanto que, quando o impacto ocorre a 30 km/h, o número cai para 10%", informa o instituto.

(com assessoria de comunicação da PBH)

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