Saiba como lidar com o stress e o pânico que podem surgir durante a quarentena

A epidemia do novo coronavírus trouxe grande angústia, dúvidas e até pânico para os brasileiros. A incerteza quanto ao futuro e a fragilidade do sistema de saúde, assim como a eficácia das medidas tomadas faz o cenário parecer desafiador, o que pode gerar stress e ansiedade, uma dupla perigosa, causadora de problemas muito graves à saúde. Sendo assim, o melhor é se cuidar, fazer a sua parte na proteção contra a epidemia, viver um dia de cada vez e manter a calma. "Diante de uma realidade desafiadora e sem precedentes é preciso tentar manter a tranquilidade para enxergar os fatos com equilíbrio", diz a neuropsicóloga Rosângela Falcone. Alguns caminhos como a espiritualidade ajudam nessa busca, mas quando o stress cresce o melhor é não demorar a procurar ajuda.

A visão que temos do mundo está ligada "aos óculos" que usamos para enxergar a vida. "Eles podem ter lentes que reduzem ou aumentama realidade de acordo com o sistema de crenças de cada um", diz Rosângela.  Assim é preciso ter atenção, nos questionar quanto à forma que estamos enxergando o mundo à nossa volta e buscar crenças que tragam equilíbrio emocional. Nesse momento, as pessoas que cultivam algum tipo de espiritualidade podem lançar mão desse recurso. "A oração tem uma influência positiva na recuperação da saúde. Geralmente as pessoas que têm uma espiritualidade encontram na fé lugar onde construir a esperança por um futuro melhor."

Nos dias atuais são muitas preocupações: com os idosos, com a população mais vulnerável e com a economia.  Assim, é preciso ficar atento aos sinais do stress e do pânico que podem se manifestar. Como é difícil sair sozinho dessas situações, quando elas aparecem o melhor é buscar ajuda.  O stress deixa o organismo sempre em alerta, como se estivéssemos prontos para enfrentar ou fugir de uma situação de risco."Um dos sinais é a migração do sangue para os grandes músculos e a diminuição do fluxo na cabeça. As pupilas também ficam dilatadas e nos tornamos mais sensíveis", explica a psicóloga. O stress também aumenta os níveis de cortisol no organismo, hormônio que nos faz ficar em estado de alerta, mas que ao mesmo tempo enfraquece o sistema imunológico. Atenção também quanto ao pânico: taquicardia, angústia, paralisações das atitudes, alterações do sono são alguns sinais desse estado emocional. "Nesses casos o apoio com medicamentos e psicoterapias são muito importantes."

Na busca do equilíbrio e da boa saúde mental para enfrentar crises como o combate ao novo coronavírus é bom observar o próprio comportamento. Pacientes querecebem diagnóstico de doença gravegeralmente passam por cinco estágios, que podem servir de alertatambém no caso da pandemia mundial.Caso você se identifique ou sinta dificuldades em transpor etapas o melhor é buscar ajuda.

A primeira fase costuma ser a negação, uma defesa psicológica que, no caso da pandemia, pode fazer com que as pessoas levem mais tempo para aceitar os novos hábitos de vida.  O segundo estágio é o inconformismo. Por que essa epidemia foi acontecer tão perto de mim?  Essa fase tende a dar lugar ao terceiro estágio, retratado como barganha. "Neste momento as pessoas podem se voltar para as orações e promessas", diz Rosângela. O quarto estágio é a tristeza e até a depressão, que durante a epidemia do novo coronavírus pode ser demonstrado por sentimentos como a solidão e saudade devido a necessidade do isolamento social.  O quinto estágio é a aceitação.  Aqui fica mais fácil seguir as regras de proteção e acreditar que a epidemia tem prazo para chegar ao fim. Não será para sempre.  E você, se identificou em algum desses estágios?