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Estado de Minas ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Lojistas de shoppings querem renegociar custos para impedir falências

Proposta da Aloshopping MG é limitar gastos com aluguel, condomínio e promoção a 8% das vendas das lojas


postado em 14/05/2020 13:29 / atualizado em 14/05/2020 13:55

Shoppings estão fechados desde março: associação de lojistas já contabilizou cerca de 10 mil empregos perdidos(foto: Pixabay)
Shoppings estão fechados desde março: associação de lojistas já contabilizou cerca de 10 mil empregos perdidos (foto: Pixabay)
O risco de "quebradeira" no setor fez com a Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloshoppingMG), entidade que reúne cerca de 5 mil lojas em 44 shoppings centers no estado, divulgasse uma carta aberta com uma série de pleitos para as empresas administradoras dos centros comerciais. Entre os pedidos, está a reunião dos custos de aluguel, condomínio e promoção em um único pagamento, relativo a 8% das vendas das lojas até junho de 2021.

"Os empreendedores já vêm negociando com lojistas e dando uma série de descontos, mas consideramos que isso é insuficiente para evitarmos o fechamento das lojas e o consequente desemprego", afirmou, em conferência on-line realizada nesta quinta (14), o superintendente da Aloshopping MG, Alexandre Dolabella França. Segundo Alexandre, desde que as medidas de isolamento causadas pelo combate à pandemia do novo coronavírus foram responsáveis pelo fechamento de diversos shoppings no estado, a entidade já contabilizou cerca de 10 mil empregos perdidos. "E nas cidades em que os shoppings reabriram constatamos uma queda de 70% nas vendas."

O consultor na área de varejo de shoppings centers Ricardo Pollack ressaltou a importância da transparência na negociação entre lojistas e administradores. "Hoje, a união é questão de sobrevivência", disse. Para Ricardo, muitos lojistas não têm acesso, por exemplo, aos custos do condomínio. "Historicamente, o valor do condomínio era em torno de 30% do valor do aluguel. Agora, muitas vezes o lojista paga mais de condomínio que de aluguel." Ele explica que a crise representa perigo para um dos principais atrativos dos shoppings. "O fechamento de lojas pode fazer com que o mix de lojas e serviços dos shoppings fique deteriorado. E se o mix se deteriorar, a atratividade do shopping acaba."

Outros pedidos da associação explicitados na carta aberta endereçada aos administradores de shoppings e à Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) foram a não cobrança do 13º aluguel em dezembro de 2020; a isenção do estacionamento de consumidores, funcionários e lojistas durante a situação de emergência na saúde pública; e a abertura de uma linha de crédito para que os lojistasconsigam pagar seus compromissos com o próprioshopping e organizar suas empresas. "Os lojistas atualmente enfrentam dificuldade até mesmo de conseguir empréstimos bancários", afirmou Ricardo. "O segmento é considerado de risco."

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