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Estado de Minas FESTIVAL

Emoção marca início da Mostra de Tiradentes

Um dos mais importantes festivais de cinema do Brasil, tem final de semana marcado por homenagem ao paulista Marat Descartes e arte circense embalada por Gonzagão e Gonzaguinha


postado em 27/01/2014 20:25 / atualizado em 28/01/2014 11:59

Como não poderia deixar de ser, a abertura da 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes emocionou a todos trazendo a canção Oh, Minas Gerais cantada como um mantra na voz de Maurício Tizumba e seus tradicionais tambores. De pé, a plateia ouviu o hino nacional e aplaudiu o homenageado da noite – o ator paulista Marat Descartes, protagonista do filme Quando Eu Era Vivo, de Marco Dutra, que teve sua pré-estreia mundial no primeiro dia do evento. “Em todos os meus anos de carreira [o ator tem sete filmes em cartaz na mostra] nunca me senti tão emocionado, ainda mais por poder compartilhar este momento com meus familiares e companheiros de estrada”, diz Marat. Ao seu lado, no palco, a mãe Dona Neusa, as três filhas e a esposa Gisele Calazans aguardavam os cumprimentos.

O amigo e também ator Gero Camilo demonstrou toda a sua admiração pelo artista em um breve discurso, e junto com Tizumba, cantou um samba em sua homenagem. “O que é revelado na mostra de cinema não pode ser ignorado. Por isso convidamos a todos a entrarem no campo da cultura, do cinema e das artes, que verdadeiramente representam o nosso país nas telas”, explica Raquel Hallak, coordenadora da Mostra de Cinema de Tiradentes. O tema de discussão deste ano são os processos audiovisuais de criação, e para ilustrar isso, foram selecionados 134 filmes de 16 estados brasileiros, sendo 29 longas, 4 médias e 101 curtas. Todos são apresentados de forma inédita: formato digital.

Baseado na obra A Arte de Produzir Efeito Sem Causa, de Lourenço Mutarelli, o longa protagonizado por Descartes, Antonio Fagundes e Sandy Leah, deixou no ar um misto de suspense, terror, e é claro, um final enigmático. A trama traz como tema principal o retorno inesperado do filho recém-separado para a casa dos pais, onde a difícil digestão de lembranças passadas o leva a uma busca frenética por resquícios deixados pela mãe já falecida. Além disso, o protagonista é bombardeado por recordações perturbadoras do irmão caçula internado como louco em um manicômio. O suspense fica por conta das cenas que remetem à magia negra e ao ocultismo.

No sábado, 25, o Cortejo da Arte – tradicional passeio musical que acontece sob a animação de bandas e grupos teatrais – saiu pelas ruas de calçamento da cidade, levando música e alegria ao festival, além de comemorar os 311 anos de fundação do Arraial de São José del-Rei, a histórica Tiradentes.

A Cia Teatral Manicômicos apresentou a mistura de circo e música popular brasileira(foto: Nereu Jr/Universo Produções/Divulgação)
A Cia Teatral Manicômicos apresentou a mistura de circo e música popular brasileira (foto: Nereu Jr/Universo Produções/Divulgação)
À noite, o cinema na praça reuniu centenas de pessoas que se emocionaram ao assistir a pré-estreia do longa Cidade de Deus 10 Anos Depois, de Cavi Borges e Luciano Vidigal. O documentário mostra a dura realidade dos atores que participaram da obra original, e deixa uma pergunta para reflexão: o que fica depois do filme? O que mudou, ou não, na vida de cada personagem da história? “Esse evento nos faz pensar mais sobre o cinema e na forma como ele é realizado, e permite que pessoas de todas as classes sociais tenham acesso a essas informações. É a democratização da cultura e da arte”, diz a advogada Karoline Lovatto, 31 anos, moradora de São João Del Rey. Ela estava na plateia que foi levada a questionar a realidade por trás de uma produção cinematográfica.

No domingo, 26, a arte circense trouxe uma linda história de amor às ruas históricas, com o espetáculo A Flor de Manacá, encenado pela Cia Teatral Manicômicos na praça da cidade. Embalada pelas marcantes canções de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, e contada com muito bom humor e poesia, foi mais um momento marcante do festival.

Confira a programação no site oficial. A mostra termina no sábado, dia 1º de fevereiro.



 

 

* A jornalista viajou a convite da organização do festival

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